A Estação Paraíso do Metrô, que atende as linhas 1-Azul e 2-Verde, esconde uma plataforma “secreta”, assim como a Estação Pedro II.
Em ambos os casos, embora não tenham sido construídas novas linhas que passariam por essas estações, os espaços foram aproveitados para outros usos.
Na Estação Paraíso, a plataforma serve como estacionamento para veículos de manutenção. Na primeira configuração da rede metroviária prevista na década de 60, a Linha 1-Azul operaria em formato de “Y”, com trens partindo de Santana em direção ao Jabaquara ou a Moema. Essa plataforma seria usada pelos trens com destino a Moema.
Alguns equipamentos que indicam o destino dos trens nas plataformas sentido Jabaquara chegaram a ser configurados para mostrar o destino Moema.
No entanto, com a evolução da malha metroviária e o aumento do uso da antiga linha Norte-Sul, optou-se por não seguir com essa bifurcação. O Metrô já havia previsto que essa divisão de trens entre Jabaquara e Moema poderia sobrecarregar uma das linhas mais movimentadas do sistema.
Estudos indicaram que a Linha 5-Lilás, atendendo ao seu trecho atual, seria a melhor substituta para a conexão com Moema.
Futura conexão com a Linha 16
Durante a 28ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, o Metrô de São Paulo informou que a Estação Paraíso será a mais movimentada da futura Linha 16, com uma previsão de 132 mil passageiros por dia, tornando-se a estação mais cheia da nova linha.
Este ponto de conexão permitirá a integração de passageiros vindos do extremo leste, facilitando o acesso às zonas norte e sul por meio da linha mais antiga do sistema. Além disso, possibilitará uma conexão com a zona oeste, caso a Linha 2 seja estendida até Cerro Corá.
Local da estação e integração
De acordo com o documento, “foi avaliada a possibilidade de posicionar a estação da Linha 16-Violeta a norte da estação existente, transversalmente à avenida Vinte e Três de Maio (C). Nesta posição, a parada pode ser construída em NATM a partir de um poço na praça Oswaldo Gogliano Vadico com uma vala poligonal na praça Rodrigues de Abreu. A construção da vala nesta praça permite realizar intervenções na estação existente para adequação da sua capacidade à nova demanda. Na extremidade norte, as plataformas da estação são mais largas e mais propensas a receber o grande volume de integrações previstas.”
O texto mencionado faz referência a um espaço originalmente projetado para acomodar as plataformas do extinto ramal Moema. Ele destaca que, nessa localização, as estações estão mais próximas, permitindo a criação de um acesso à estação da Linha 16-Violeta, a leste da Avenida Vinte e Três de Maio, atendendo também às Avenidas Bernardino de Campos e Paulista.
As análises indicaram que, apesar do impacto na praça arborizada, essa foi considerada a melhor solução devido às suas características construtivas e capacidade de atender à demanda prevista. O projeto deverá incluir a restauração da praça e de sua vegetação ao término das obras.
O texto ainda fala que de todas as posições estudadas, a estação Paraíso ficou com grande profundidade, uma vez que a limitação de inclinação para a rampa das vias não permite acompanhar o relevo acidentado da região.
Mas, como a demanda mais significativa é a de integração, esta característica não foi considerada um problema. Ou seja, parte considerável dos passageiros será oriundo de outras linhas.
Para o novo acesso na avenida Bernardino de Campos será previsto o atendimento exclusivo por elevadores de alta capacidade.