Trensurb

Transurb deve chegar a Porto Alegre na segunda quinzena de setembro

A Trensurb divulgou nesta segunda-feira (8) seu Plano de Recuperação das áreas e estruturas da empresa afetadas pelas enchentes de maio. O evento climático causou inúmeros danos em sistemas elétricos e eletrônicos, via permanente, edificações e equipamentos, resultando em uma operação emergencial com várias restrições. Atualmente, os trens operam apenas entre as estações Canoas e Novo Hamburgo. O principal objetivo do plano é possibilitar a retomada da circulação das composições entre as estações Novo Hamburgo e Farrapos até 20 de setembro. Em um segundo momento, a previsão é estender a operação até a Estação Mercado, no Centro de Porto Alegre, até 24 de dezembro, ainda com restrições de velocidade e intervalos entre viagens, mas garantindo a segurança.

Após levantamentos realizados pelo corpo técnico da empresa desde o início das enchentes, foram identificados 55 projetos necessários para a recuperação da Trensurb e a retomada da operação plena, com um investimento estimado de R$ 273 milhões. Esses projetos incluem a recuperação de sistemas de energia, sinalização, bilhetagem, via permanente, edificações e equipamentos.

No momento, a recuperação dos sistemas de abastecimento e proteção de energia é o principal fator para permitir a ampliação da operação. As enchentes danificaram permanentemente duas das cinco subestações da empresa – Farrapos, em Porto Alegre, e Fátima, em Canoas – além de cabines de proteção ao longo da linha, prejudicando o fornecimento de energia para a tração dos trens. As subestações da Trensurb recebem a energia elétrica das concessionárias em alta tensão e corrente alternada, convertendo-a para corrente contínua e reduzindo a voltagem para alimentar a tração dos trens. As cabines equalizam a tensão ao longo da rede e isolam trechos conforme necessário.

Outro projeto importante é a recuperação da via permanente, que inclui a substituição do lastro de pedra britada afetado pelas enchentes e contaminado por areia e lodo, prejudicando a estabilidade da via. Isso também implica na necessidade de troca de dormentes, danificados pelo evento climático ou pelo desgaste natural acelerado pelas enchentes. Esse trabalho de recuperação da via deve ser realizado em cerca de 22 quilômetros de trilhos, resultando na substituição de até 16,7 mil dormentes.

Muitos dos projetos de recuperação são de longo prazo, e a ampliação da circulação dos trens depende do ritmo de sua execução. Com base na capacidade de execução desses projetos, foram estabelecidas as datas meta para a ampliação dos trechos em operação. Prevê-se que três cabines de proteção do sistema de abastecimento de energia, em Porto Alegre e Canoas, sejam recuperadas até 20 de setembro, permitindo a circulação de trens até a Estação Farrapos.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

Via Trolebus