O sindicato dos Metroviários organizou um abaixo-assinado contra a retirada dos operadores do monotrilho da Linha 15-Prata.
O grupo afirma que a medida coloca em risco a segurança dos passageiros.
“Nós, abaixo-assinados, rejeitamos e repudiamos o projeto de retirar os operadores de trem do monotrilho (Linha 15-Prata), pois isso ameaça a segurança da população que depende do monotrilho diariamente”, escreveu o grupo em uma plataforma de abaixo-assinado.
“A presença do Operador de Trem é a última camada de segurança que o sistema possui para que não ocorra algum incidente e uma possível tragédia. O Sindicato está denunciando essa situação e está buscando evitar a retirada dos Operadores. Ainda mais que ele é operado a uma altura de 15 metros”, diz outro comunicado da entidade.
Quando essa matéria foi ao ar, 566 pessoas já haviam assinado o manifesto.
O que diz o Metrô?
Em 16 de julho, o Gerente de Operações da operadora, Milton Junior, recebeu a imprensa no Pátio Oratório para explicar o processo. Segundo ele, o novo modelo proporcionará maior flexibilidade nas operações, especialmente na inserção ou retirada de trens em operação. No modelo atual, é necessária a presença de um operador para as manobras. Em casos de anormalidade, a atuação será imediata.
O sistema CBTC fornecido pela Bombardier para a Linha 15 é o CITYFLO 650, que suporta os níveis de automatização DTO (Driverless Train Operation) e UTO (Unattended Train Operation). Nesse sistema, o equipamento de via é distribuído ao longo do percurso e dividido em trechos chamados de “Regiões”. Cada Região é responsável pela movimentação segura dos trens dentro de seu espaço de controle e pela segurança de trens próximos. Para determinar a posição do trem, o sistema utiliza um mapeamento da via em várias seções denominadas “Segmentos”. A posição de um trem é determinada pela Região em que ele se encontra, juntamente com a identificação do Segmento da Região.
De acordo com os engenheiros do Metrô, a Linha 15 já opera no nível de automação mais avançado, o GOA4. Com a saída dos operadores, o monitoramento dos trens será feito integralmente pelo CCO, inclusive durante eventuais falhas.
E os funcionários?
A empresa informou que nenhum operador será desligado. Dos 100 operadores atuais, 70 serão transferidos para atuar nas estações e também poderão trabalhar nas composições, se necessário. Os outros 30 serão realocados para outras linhas.