Durante o processo de audiências públicas, representantes do Governo do Estado de São Paulo discutiram a possível extensão da Linha 13-Jade da CPTM até o Parque da Mooca.
De acordo com Augusto Almudin, diretor de Assuntos Corporativos da Secretaria de Parcerias e Investimentos do Governo do Estado de São Paulo, a decisão de adicionar essas estações será tomada no futuro. Há dúvidas referentes a implantação por que, segundo o governo, a demanda seria baixa.
“O restante do trecho até o Parque da Mooca é um investimento muito intensivo em capex, ou seja, requer um investimento muito alto porque a obra seria toda feita em túnel. Seriam aproximadamente R$ 9 bilhões para atender uma demanda relativamente baixa. Por isso, deixamos esse investimento como contingente neste lote. Se o estado conseguir o esforço fiscal necessário e a concessionária tiver capacidade financeira para financiar a obra, o estado pode acionar essa cláusula e a concessionária será obrigada a executá-la nos termos do contrato”, afirmou.
As estações contempladas no trecho seriam:
– Guaiaúna
– Serra de Botucatu
– Itapura
– Demétrio Ribeiro
– Sapucaia
– Parque da Mooca
Possível mudanças de posições em estações e traçado
Mesmo que a extensão saia do papel, algumas paradas poderão ser reposicionadas, de acordo com o documento “Estudos Operacionais e de Engenharia: Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM“, disponível na consulta pública das linhas. O motivo seria a “concorrência” com um futuro eixo metroviário, previsto para atender os bairros da Mooca e Tatuapé.
Segundo o documento, “no estudo elaborado em 2015/2016, o posicionamento proposto para o traçado e para as estações deste trecho teve como premissa a definição de um eixo equidistante em relação às demais linhas existentes, projetadas ou previstas à época. Com esse posicionamento, objetivava-se atender a uma área muito mais ampla e sem sobreposições de área de influência entre linhas, de forma a otimizar os investimentos. Assim, a partir da estação Parque da Mooca, procurou-se uma diretriz de traçado equidistante entre a Linha 3-Vermelha e a futura Linha 6-Laranja, ambas do Metrô, e, a partir de um determinado ponto, equidistante também com relação à extensão da Linha 2-Verde.”
O trecho indicado no documento passou a ter perspectiva de ser atendido pelo traçado de uma nova linha de metrô, a Linha 16-Violeta, que conectará a estação Oscar Freire, com integração com a Linha 4-Amarela, até a Zona Leste do município, na estação Cidade Tiradentes. Observa-se a sobreposição que passa a existir entre as áreas de influência das estações propostas na extensão da Linha 13-Jade com as estações Paes de Barros, Vila Bertioga e Álvaro Ramos da futura Linha 16-Violeta.
Extensão da Linha 13:
Linha 16-Violeta:
Para se ter uma ideia, as futuras paradas “Sapucaia” da Linha 13 e a “Paes de Barros” da Linha 16 ficam distantes em cerca de 1,5 quilômetros.
O texto cita que “será necessário reavaliar o posicionamento das estações propostas Sapucaia e Demétrio Ribeiro da extensão da Linha 13-Jade e, consequentemente, o traçado geométrico e o posicionamento das demais estações devido ao espaçamento médio entre estações a ser mantido.”
“Baixa entrada de passageiros”
A respeito da fala dos representantes do estado, segundo o documento, o trecho entre Gabriela Mistral e Parque da Mooca teria a capacidade de de 16.400 passageiros/hora e chega no Parque da Mooca com 13.891 passageiros/hora, mantendo-se um patamar em torno de 14.000 passageiros/hora no trecho, refletindo a baixa entrada de passageiros lindeiros no sistema.
O documento ainda fala que novas linhas e extensões podem impactar no carregamento da Linha 13. “Outro ponto importante de atenção é com relação às novas linhas previstas da rede metroferroviária para atendimento ao município de Guarulhos, como as futuras linhas de metrô 19-Celeste e 2-Verde, que podem passar a refletir no carregamento da Linha 13-Jade.”
