Em um setor dominado por homens, uma mulher comanda um time de 446 maquinistas, além de 26 supervisores, e todo um time de limpeza que atua nas composições. Carolina M. Miashiro é engenheira e chefe de departamento da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM. Ela comenda um time de operadores nas Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, eixo ferroviário que transporte milhares de pessoas por dia em mais de 100 quilômetros de extensão.
Carolina falou ao Via Trolebus sobre sua atuação e usou um adjetivo importante na sua gestão: o cuidado. “A gente trabalha com pessoas. Nosso foco é manter capacitação técnica da equipe e também cuidar das pessoas. Como a gente tem um time muito grande a gente se preocupa muito em manter os treinamentos e estar junto da equipe“.
A engenheira ainda conta sobre sua trajetória como mulher no setor sobre trilhos. “É um desafio. Eu fui a primeira mulher aqui do departamento de tração. Estou na empresa há 11 anos. Faz três anos que sou chefe de departamento. A gente fica um pouco receosa. Mas ao mesmo tempo, tenho muita confiança no ambiente que estou inserida. As pessoas passam esse acolhimento. Me sinto muito respeitada pela minha equipe”, diz.
Carolina conta ainda como as mulheres se destacam na ferrovia, por meio de seus olhares múltiplos. “Acho que as mulheres são bastante detalhistas. Acho que até a carga de trabalho, do pós trabalho que vai para casa e você continua trabalhando. A mulher tem uma capacidade de planejamento muito grande fora da empresa. Talvez o homem não tenha esse planejamento. De saber o que precisa ser feito”, comenta a gestora.
A chefe de departamento ainda contesta aquele senso comum de que as mulheres competem entre elas.
“Hoje em dia, muitas vezes a gente houve que as mulheres competem entre si. Acho que é muito pelo contrário. Hoje a gente se ajuda muito, uma incentiva a outra por que a gente entende que quanto mais mulheres tiverem a frente mais o caminho vai se abrindo para as outras. Assim como outras mulheres abriram o caminho pra mim eu sei que estou abrindo caminho para outras mulheres também”, afirma.
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