Nesta segunda, a prefeitura de São Paulo anunciou a tarifa zero em todo o sistema de ônibus da capital aos domingos, já valendo a partir do próximo, 17 de dezembro.
A medida será para incentivar o uso do transporte e o lazer na cidade. “Só de espaços culturais da Prefeitura que abrem aos domingos, são 78, de espaços esportivos, 45, além de 112 parques. Fora os equipamentos do Estado, particulares, shoppings. O cidadão vai poder visitar a Avenida Paulista aberta aos domingos, a Liberdade, poderá ir à missa, ao teatro, ao centro histórico e uma série de atividades”, disse o prefeito Ricardo Nunes.
Mas o Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor publicou alguns questionamos sobre a viabilidade do chamado “Domingão Tarifa Zero – explore, descubra, viva São Paulo”.
Na visão da entidade, a medida pode incentivar a lotação do transporte, e a remuneração das operadoras deve aumentar.
Confira os pontos elencados pelo Idec:
1- O primeiro erro da gestão é não prever que a demanda vai aumentar significativamente. A tarifa tem um impacto social excludente e sua gratuidade vai gerar aumento da procura.
2- Da mesma forma, a prefeitura erra ao entender que a tarifa zero nos ônibus não vai tirar passageiros do Metrô e da CPTM. Vai sim! Dessa forma, deve desestimular o uso de um transporte de alta capacidade e vai lotar ainda mais os ônibus nas linhas próximas aos trilhos.
3- Permanece com a mesma forma de remuneração das empresas de ônibus. Pagando por passageiro, e não por viagens realizadas, incentiva a superlotação dos veículos. Com o aumento de passageiros, a remuneração das empresas vai disparar! Encarece para a prefeitura e o serviço piora.
4- Frota de ônibus está baixíssima. Após anos reduzindo o número de viagens na cidade, o aumento da demanda será ainda mais sentido. De cada 5 viagens de ônibus que eram o padrão de frequência definido, uma não está sendo realizada. Quem usa o transporte público aos domingos sabe que está ruim demais.
5- Falta de dados sobre como foram os dias de tarifa zero realizados em outras datas. A gestão teve 3 oportunidades para medir: eleições 2022, eleições do Conselho Tutelar e ENEM, mas sequer levantou dados sobre como a tarifa zero impactou a demanda.