Quem compra um carro, vai até uma concessionária ou loja, e depois leva o veículo até a residência. E quando é adquirido um trem, como a composição chega ao pátio para depois embarcar passageiros nas estações?
Os trens da série 8900 adquiridos pela ViaMobilidade são para as Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda do sistema de trens metropolitanos de São Paulo. As 36 unidades estão sendo produzidas em Taubaté, onde o local foi recentemente expandido com mais de 700 postos de trabalho. Foi aberto em 2015 para a produção dos carros para o VLT carioca, e agora para os novos carros foram investidos cerca de €14 milhões. A aquisição dos trens faz parte de um pacote de investimentos de R$ 4 bilhões para os três primeiros anos de concessão, previstos no contrato de concessão, que é válido por 30 anos.
Nesta fábrica serão produzidos mais de 130 trens, sendo mais de 750 carros. O local deve produzir, além das composições da ViaMobilidade, trens para a fase dois da Linha Circular e para a extensão da Linha 7 do Metrô de Taipei, em Taiwan, além da nova linha M5 do Metrô de Bucareste, na Romênia. Em breve a fábrica deve ainda iniciar a fabricação dos 22 trens que vão rodar na Linha 6-Laranja de São Paulo, operada pela Linha Uni.
O Via Trolebus acompanhou o despacho do décimo trem novo, o A10 (ou Alpha 10), que passou por todo o processo de montagem, que começa com a união de um verdadeiro quebra cabeça com as peças de aço inoxidável, com durabilidade de mais de 40 anos.
Depois da fabricação da caixa e acoplamento de equipamentos elétricos, a máscara do trem é inserida, e então chega o processo de montagem do salão de passageiros. Todos os materiais dos revestimentos e equipamentos são antichamas.
E por fim a composição sai da fábrica, sendo que seus carros são desacoplados para um último checklist, antes da viagem até São Paulo. Feita a última inspeção, os carros do trem são embalados para proteger o veículo no transporte. Depois chega a hora de içar o trem em cima dos caminhões.
O transporte de Taubaté até Osasco é por meio de rodovia. Nem sempre o transporte da fábrica para o pátio das operadoras é pela estrada. Na entrega dos trens da frota G e dos reformados e I e L, esse caminho foi pela ferrovia, quando a multinacional francesa estava na Lapa. O mesmo ocorreu quando os trens reformados da frota K do Metrô vieram do Rio de Janeiro até São Paulo, também pela ferrovia. Esse trajeto inclusive passou por Taubaté, mas a fábrica da Alstom não fica próximo a ferrovia.
Então o solução é entregar os trens por rodovia. A viagem demora algumas horas até o comboio chegar no Pátio Presidente Altino. Os caminhões são posicionados do oitavo vagão para o primeiro e então são desembalados. É ai que começa o processo de retirar o trem do caminhão e encarrilamento, quando a composição é colocada nos trilhos.
Depois o trem é levado para a oficina da ViaMobilidade, ainda com a presença dos profissionais da Alstom. Começa então o processo de testes estáticos e dinâmicos, e então a composição entra em operação.
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