Na reportagem anterior desta série sobre veículos menos poluentes, mostramos os ônibus elétricos da BYD, e nesse vamos conhecer uma outra solução de veículos menos poluentes, que é uma das apostas de uma das empresas mais conhecidas no setor: a Scania.
A empresa sueca que te mais de um século de existência apresentou seu ônibus 100% a gás natural, e o Via Trolebus foi conhecer o veículo em sua fábrica em São Bernardo do Campo.
Breve histórico
Um pouco sobre a história da gigante, a empresa iniciou suas atividades em 1891 na Suécia. Hoje conta com cerca de 41 mil colaboradores em mais de 100 países. No Brasil, a Scania chegou 1957, e se estabeleceu no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Já ne década de 60, foi para São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, sendo a primeira planta fora da Suécia.
A fábrica é também a única planta fora da matriz a produzir o produto completo. São mais de 4000 colaboradores que atuam nas Fábricas de Cabinas, Chassis, Motores, Transmissão, além da área de Pesquisa & Desenvolvimento e áreas administrativas. Neste local são produzidos veículos para o Brasil e para o mundo, sobretudo para a América Latina, África, Ásia e Oriente Médio.
O ônibus a Gás
Neste ano, a empresa apresentou seu ônibus 100% a gás natural, que fez testes em Ponta Grossa. O gás natural, mesmo sendo de origem fóssil, é menos poluente que os combustíveis líquidos em razão de sua queima mais limpa, com menos fuligem e menor geração de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa (GEE).
“O ônibus a gás da Scania faz parte de uma jornada em busca de um transporte mais sustentável. A Scania tem buscado trazer soluções para os nossos transportadores, e para os clientes deles, embarcadores de carga e de passageiros, no sentido de ter um transporte que impacte o menos possível o meio ambiente”, comenta Paulo Genezini, Gerente de sustentabilidade da Scania.
O modelo fabricado pela Scania é um padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. O ônibus é equipado com elevador para acessibilidade e espaço interno para cadeirantes. O modelo K 280 4×2 tem propulsor de 280 cavalos de potência. Seu motor é Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movido 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos. Não é convertido do diesel para o gás, tem garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, desempenho consistente e força semelhante ao similar a diesel, além de ser mais silencioso. Neste momento, é o ideal para o ‘aqui e agora’ nacional, pois se enquadra nos três pilares sustentáveis: econômico, social e ambiental. Para o ônibus em teste, foram instalados oito cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 km.
Elétrico X Gás
Os ônibus elétricos estão sendo instalados em larga escala no mundo, mas nem todas as cidades estão preparadas para a infraestrutura. Na última grande chuva que caiu na cidade de São Paulo no dia de 3 novembro, uma frota inteira de ônibus a bateria de uma das operadoras da cidade ficou parada por problemas de energia.
“A tecnologia elétrica, no local ela realmente não tem emissão nenhuma. Mas você tem toda uma cadeia de impacto. Primeiro como essa energia, foi gerada? Ela tem que ter sido gerada por uma fonte renovável, pra você não ter emissão de CO2. Você tem toda a produção de baterias, que é uma cadeia bem complicada hoje. Você tem o descarte de baterias posteriormente”, comenta o Gerente de sustentabilidade da fabricante.
Fazendo um paralelo com os caminhões a gás vendidos pela empresa no Brasil, a frota de 800 unidades deixou de emitir 75 mil toneladas de carbono por ano. “É uma tecnologia viável hoje. Faço a minha descarbonização”.
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