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Como é a revisão geral dos trens em São Paulo?

Renato Lobo | Via Trolebus

O contrato de concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda do sistema de trens metropolitanos prevê que a ViaMobilidade invista R$ 3 bilhões em manutenção, conservação, melhorias, requalificação, adequação e expansão
das linhas ao longo dos 30 anos de vigência. Uma das cláusulas, além da aquisição de 36 novos trens, prevê ainda revisão geral na frota atual operacional na ViaMobilidade. Ao todo, 34 composições (8 da série 7500, 7 da série 8500 e 19 da série 7000) serão devolvidas para a CPTM.

O site acompanhou o processo de revisão geral dos trens da série 7500, que em breve devem ser devolvidos ao poder concedente. Em outras palavras, a concessionária deve revisar os trens antes de devolvê-los.

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Hugo Nalini, Gerente de Manutenção de Material Rodante e Oficinas da ViaMobilidade, explica que os trens são levados a um ponto específico do Pátio Presidente Altino, em Osasco, para este trabalho. O comboio é desmembrado carro por carro, e depois é feito o processo de “destrucagem” da composição, ou seja, o truque ferroviário é retirado. A peça é o agregador do conjunto de rodas, sapatas de freio, rolamentos, molas, eixos, cilindros de freio, barras estabilizadoras, entre outras coisas. Há ainda os motores dos trens que estão nos “carros-motores”, ou seja, os segmentos que tracionam as composições de oito carros. Nesta configuração, quatro delas são tracionadas e outras quatro são reboque.

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O trem é suspenso por meio de elevadores eletromecânicos para que os funcionários atuem no desacoplamento do truque.

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Neste processo feito pela concessionária, todas as rodas, disco de freios, amortecedor e componentes da caixa redutora são substituídos por peças novas. Há ainda troca de pantógrafos, banco de baterias, conexões elétricas, além de manutenção no interior do trem. As 64 portas também são revisadas, além dos motores de tração. Outro trabalho se chama assopramento, que consiste em retirar poeira e particulados nos materiais. Serve como limpeza
dos competentes.

Truque antes da revisão:

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Truque depois da revisão:

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Depois de todo o processo de revisão, os componentes são recolocados, e então chega o processo de nivelamento da caixa, em outras palavras, para saber se o carro do trem está nivelado.

Uma das aliadas neste processo é a CAF, e a escolha da empresa não foi por acaso. É a fabricante dos trens que serão revisados. São feitas simulações no truque, antes da entrega, e depois a própria ViaMobilidade faz seus testes para validar o material revisado.

Todo o processo permite que os trens possam rodar por pelo menos 10 anos. As composições rodaram cerca de 1 milhão de quilômetros antes do processo de revisão geral.

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“Nós investimos bastante nos componentes que estavam com desgaste, sobretudo nas rodas, disco de freio e caixa redutora. A gente optou por começar pela frota da série 7500, porque ela tem prioridade no cronograma de devolução. Depois faremos a revisão dos trens da série 7000. Todo esse trabalho faz parte de um pacote de investimentos que visam garantir segurança operacional e conforto aos passageiros”, enfatiza Hugo.

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“Além da revisão geral, a equipe de Manutenção de Material Rodante e Oficinas da ViaMobilidade realiza constantemente diversos tipos de manutenção, com periodicidades diferentes. As atividades englobam todos os componentes dos trens e garantem seu pleno funcionamento para atender os cerca de um milhão de passageiros que circulam diariamente pelas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda”, completa Hugo.

Novos trens

Até o momento, a ViaMobilidade recebeu cinco, dos 36 novos trens adquiridos da fabricante Alstom. A compra faz parte de um pacote inicial de investimentos de R$ 4 bilhões. Cada um dos novos trens possui oito carros cada, compondo uma frota de 288 carros. As composições são diferentes das demais, no ponto de vista do visual, com as cores cinza e verde para fazer alusão às Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda. As composições contam ainda com mapas dinâmicos de linhas, monitores e vigilância por vídeo, câmeras, retrovisores, além de detectores e extintores de incêndio. Visando a segurança, todos os materiais dos revestimentos e equipamentos são antichamas.

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São feitos de aço inoxidável, o que os tornam mais leves, e com durabilidade de mais de 40 anos.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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