Durante a entrega do primeiro trem da série 8900 da ViaMobilidade nesta quinta, o governador Tarcísio de Freitas afirmou ainda neste ano as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda devem ganhar mais oito em operação.
Da frota comprada de 36 composições, onze delas devem ser entregues pela Alstom para testes. “É o primeiro de 36 trens que vão ser entregues. Então ao longo desse ano, onze trens devem ser entregues, oito certamente entrarão em operação. Vamos tentar ao máximo acelerar o cronograma de maneira que no ano que vem teremos os 36 entregues.” – disse o Governador.
O primeiro entrou em operação nesta quinta:
Atraso
Pelo cronograma no contrato de licitação das linhas 8 e 9, a Alstom deveria ter entregue ao menos treze trens até o mês de maio, mas por enquanto apenas o A01 chegou no pátio de manutenção em Osasco.
Em entrevista a sites setoristas de transportes, com a participação do Via Trolebus, o Presidente da Divisão de Mobilidade da CCR, Marcio Hannas, contou que a indústria ainda se recupera em um período pós pandemia, o que ocasionou em atrasos no fornecimento de peças:
“O contrato já prevê as penalizações por conta do atraso de entregue dos trens. Então a gente vai aplicar as penalizações que estão previstas no contrato. É claro que a gente entende também que é uma situação da indústria ferrovias global, om falta de peças e componentes. É a mesma questão que está afetando a indústria automobilista. No período de pandemia, os investimentos foram todos reduzidos. Então todas as operadoras de serviço público de trem no mundo inteiro, por conta da pandemia pararam de fazer seus investimentos e diminuíram a sua manutenção porque não tinha volume né? Quando a pandemia começa a esmorecer, essa demanda vai voltando e o que aconteceu é que todo esse investimento que ficou represado durante dois anos ele de repente vem todo ao mesmo tempo pra cima da indústria.”
A demora dos novos comboios, por sua vez, atrasa a devolução dos trens para a CPTM que foram emprestados para a operadora privada, enquanto encomendava os novos carros. Em nota ao Via Trolebus, a Secretaria de Parcerias e Investimentos informou que o atraso na entrega ensejará a aplicação de multa no valor de R$ 500 mil no primeiro mês e R$ 1 milhão a partir do segundo. “Em relação à quantidade e às frotas, os 15 primeiros trens a serem devolvidos serão sete da série 8500 e oito da série 7500, posteriormente, 19 da série 7000.”.
Já a CPTM em nota ao site diz que “tem ciência sobre a possibilidade de solicitação de prorrogação do prazo para a entrega dos trens da companhia emprestados à ViaMobilidade, por possíveis atrasos na entrega das composições adquiridas da fabricante”.
Segundo ainda a empresa, “a disponibilização recíproca de recursos entre CPTM e concessionária, mediante ressarcimento, é uma prática comum prevista em convênio existente entre as operadoras”. “A companhia reforça que qualquer extensão no prazo será objeto de um Plano de Trabalho dentro o convênio.”