Milhões de pessoas cruzam a cidade de São Paulo todos os dias pelos seus 17 mil quilômetros de vias, sejam em seus carros ou pelo transporte coletivo. Uma estrutura afeta diretamente a qualidade da viagem. Essa estrutura é o pavimento, e gerir toda ela não é uma tarefa fácil, afinal são 196 milhões de metros quadrados de ruas e avenidas.
Grandes cidades precisam de soluções inteligentes. Em especial, uma solução que não foi importada, mas criada, implementada e gerenciada pela maior capital brasileira, feita pela Intelicity.
Tão grande como a capital paulista, é o desafio de mapear toda essa grande malha. Mas um conceito que vem sendo aplicado em grandes metrópoles, está sendo usado na capital paulista: o conceito da Cidade Inteligente! De acordo com a união Européia, Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.
“A gente se deparou com uma necessidade em uma cidade de 100% analógica.”, afirmou Alexandre Modonezi, secretário das subprefeituras da cidade de São Paulo. Segundo ele, a administração pública não tinha posso de todos os dados sobre a condição do pavimento. “E também não conseguia planificar isso para que a gente pudesse saber quantas equipes eram necessárias, um diagnóstico com relação a isso. E a gente foi atrás de achar algum tipo de tecnologia que pudesse ajudar nesse processo nosso, de pensar a cidade”.
Como então mapear toda essa quantidade de via, e como gerenciar a qualidade do pavimento? Até então, o monitoramento era feito por meio de agentes munidos de caneta e prancheta para anotações. As informações sobre o viário da maior cidade brasileira eram deficientes. Seria como uma sindica ou síndico não conhecer as dependências do imóvel que gerencia.
“E a partir daí fui buscar na universidade alguém que pudesse entender o que a gente precisava e desenvolver. E foi aí que a gente que eu encontrei o Flávio Maranhão. Contei para ele tudo que eu precisava. Ele sumiu um ano, e depois de um tempo, ele aparece aqui todo feliz com um carrinho de controle remoto, dizendo que ele tinha achado uma baita solução. E aí ele voltou para a universidade porque ele tinha que validar todos os modelos. Tinha que deixar de ser uma questão de pesquisa para virar uma realidade”
O monitoramento
Chegou-se a solução de utilizar veículos que rodam nas vias para coletar as informações. Em cada veículo foi instalado sensores que capitam irregularidades no pavimento. As tecnologias que associam imagens do pavimento, obtidas com câmeras de alta resolução, e informações adquiridas por feixes de laser. Essa composição de imagens em 3D torna possível a detecção e a classificação do asfalto.
A tecnologia fornece acompanhamento mensal das vias, e identifica alterações que ocorreram com o passar do tempo, seja por desgaste do asfalto, seja mesmo por obras de concessionárias, empresas que prestam serviço por exemplo, para o sistema de água, energia ou gás.
O chamado Gaia utiliza 108 veículos, entre táxis e carros de aplicativos, que mapeiam a cidade em seus deslocamentos.
“Essa lógica de dar subsídios ao gestor público, tomar uma decisão racional e rastreavel, ela deveria ser perseguida em todos os ramos, mas em especial nessa área da engenharia que lida com engenharia civil e com engenharia de computação”, afirma Dr. Flávio Leal Maranhão, Engenheiro Sênior, Pesquisador e CEO da Intelicity.
O sistema foi desenvolvido pela Secretaria Municipal das Subprefeituras, em conjunto à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. O monitoramento facilita que as vias recebam um recapeamento exclusivo, gerando um investimento mais eficaz, economia financeira e de material, além de uma maior qualidade no pavimento.
Matriz de decisão
A tecnologia ainda facilita na decisão da prefeitura em eleger as vias para o recapemanto, uma vez que o cobertor é curto.
“Todos os meses a gente recebe informação do pavimento da cidade. E com isso, a gente consegue montar uma matriz de decisão de onde recapear“, afirma o titular da pasta. Segundo ele, a cidade precisaria de R$ 30 bilhões para recapear todas as vias, o que significa um terço do orçamento do município. Ainda que o recurso estivesse disponível, demoraria 10 anos, uma vez que a manutenção só pode ser feita no período noturno.
Em ônibus
O sistema ainda está foi instalado ainda em 40 ônibus que monitoram os corredores do transporte coletivo. As informações são repassadas para a Secretaria de Mobilidade e Transportes. Há ainda no radar o monitoramento das ciclovias.
O sistema desenvolvido pela Intelicity e a Prefeitura de São Paulo, unindo tecnologia, política publica e os estudos acadêmicos, pode ser replicada em qualquer cidade do mundo.