Marcelo Leandro | Via Trolebus
Monotrilho

Sindicato diz que monotrilho não tem proteção contra colisões

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, 18 de abril de 2023, representantes do sindicato dos Metroviários afirmaram que possuem uma avaliação diferente do que o que foi divulgado na imprensa, quando dois trens do monotrilho bateram na região de Sapopemba, no último dia 8 de março.

Semanas após a ocorrência, reportagens apontaram que a culpa pela batida nos trens teria sido de operadores. Camila Lisboa, presidente da entidade, disse que o sistema causa risco à população. Camila disse ainda que nenhum dos três funcionários foram demitidos, conforme divulgado. Disse que ainda que na semana passada, um trem apresentou avaria por conta de excesso de peso, o que evidenciaria problemas na tecnologia escolhida.

A presidente do sindicato ainda defendeu um dos trabalhadores que teria “se distraído” no celular, o que teria ajudado no acidente. Na avaliação de Camila, o sistema de comunicação do monotrilho não funciona, e por isso o trabalhador utilizou o celular.

Camila ainda afirma que não existe proteção do monotrilho contra colisão. “Nas duas ocasiões, o Metrô resolveu culpar os trabalhadores”. “O monotrilho não é seguro”.

“Os trens podem bater em velocidades maiores”, disse outro membro do grupo, que ainda deve acionar o Ministério Público para investigação mais global das falhas.

A entidade ainda defende colocar cabine e operadores fixos em todos os 27 trens que compõe a Linha 15-Prata. O grupo ainda diz que o sistema deveria funcionar com velocidade reduzida até que se resolva todas as pendências.

Metrô diz que operadores não cumpriram procedimento

Nota do Metrô:

“A segurança dos passageiros é a prioridade do Metrô de São Paulo. E, por isso, cumpre com todos os protocolos internacionais necessários e com a obtenção de certificados de segurança dos equipamentos e sistemas para a liberação da operação comercial das linhas.

A Comissão Permanente de Segurança do Metrô (Copese) concluiu que o incidente na Linha 15-Prata foi ocasionado pelo descumprimento de procedimentos operacionais por parte dos funcionários envolvidos. O fato ocorreu com a linha fechada aos passageiros, durante o período de manutenção, inspeção de vias e posicionamento de trens.

A operação comercial (com passageiros) é feita de forma automática, por meio de sistema de sinalização e controle (similar ao das linhas 1-Azul e 2-Verde) que identifica todos os trens e só libera a passagem em trechos livres. O operador monitora o funcionamento da composição e atua em caso de necessidade.

Todos os rádios que estavam sendo utilizados no dia da colisão, foram testados pelo laboratório e estavam em pleno funcionamento. Existem procedimentos operacionais que garantem a fidelidade na comunicação e eles não foram cumpridos. Todos os sistemas antes de serem liberados para a operação, passam por testes de instalação e comissionamento.

O processo para as devidas responsabilizações do acidente segue em andamento e é realizado por meio de procedimentos internos, seguindo a legislação. As imagens disponíveis são para apuração interna dos fatos e reservadas ao Metrô, sendo vedada sua divulgação.”

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

1 comentário

Clique aqui para postar um comentário
Via Trolebus