YouTube video
CPTM

Após tumultos, e prejuízos, Linha 7 da CPTM evoluiu

Andar de trem pela linha 7-Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM é percorrer um trecho ferroviário inaugurado em 16 de fevereiro de 1867, e junto com a Linha 10-Turquesa, formavam a ferrovia Santos-Jundiaí, umas das pioneiras no Brasil.

Tão antigo quanto as linhas, são alguns problemas enfrentados pelos passageiros como os desnível entre o trem e plataforma, além de algumas estruturas antigas.

O eixo de transporte foi palco de tumultos que ocorreram nos anos 90, sendo que em 1996 uma pane no sistema da então Linha A–Marrom desencadeou uma manifestação de passageiros descontentes com a qualidade do serviço, que posteriormente destruiriam sete estações e dois trens, gerando um prejuízo aproximado de R$ 39 milhões e mobilizando o maior aparato policial contra distúrbios na cidade desde os tumultos de desempregados ocorridos em 4 e 5 de abril de 1983. Na ocasião a CPTM fechou treze estações por seis meses para reformas, afetando cerca de 60 mil passageiros.

Foto: Raphael Comitre

Se eram 60 mil nos anos 90, em 2019 antes da pandemia eram quase 490 mil por dia. O serviço melhorou nas últimas décadas, o que atraiu mais passageiros, com novos trens, novas estações e diminuição do intervalo, mas a ainda sim a linha 7 exemplifica bem a operação da CPTM, com equipamentos novos junto com peças antigas, e algumas históricas, como a estação da Luz e Jundiaí. As obras feitas nos últimos anos com atualização em sistema de energia e telecomunicações tornaram a viagem 10 minutos mais rápida.

Umas das paradas mais novas, a Francisco Morato, teve um novo prédio construído além de novas funcionalidades como o fim da baldeação e ganho de tempo de viagem, sentido por 22 mil pessoas por dia, além de obras em estações, elaboração dos jardins de chuva, construção de novas subestações, troca de AMV, entre outros benefícios.

Divulgação CPTM

Atualmente a Linha 7 opera em conjunto com a Linha 10, formando o serviço 710, que teve a padronização da frota, o que contribuiu no ganho de tempo de viagem. O benefício foi sentido por cerca de 30% dos usuários das duas linhas. A continuidade do serviço, entretanto, é incerto por conta da concessão prevista para a linha que vai até Jundiaí.

Enquanto a concessão não é tirada do papel, o passageiro segue utilizando as paradas antigas. Algumas delas receberam uma repaginação, como o restauro da estação Jundiaí, que em meados de 2020 começaram as atividades de melhorias nas áreas internas e externas da estação. A fachada que foi recuperada, assim como as estruturas de madeira e metálicas, que são em grande parte importadas da Inglaterra. Portas, janelas e outros elementos também passaram pelas melhorias que aumentaram a vida útil e a beleza de todo o conjunto.

Renato Lobo | Via Trolebus

Nos próximos anos, o passageiro da Linha 7 deve notar mudanças na ferrovia. É previsto que após o leilão do Trem InterCidades – TIC São Paulo Campinas, a nova operadora passe a operar o TIC, a Linha 7, além de uma extensão do serviço parador até Campinas. Uma das obrigações do novo concessionário será a reforma das paradas. É esperado ainda que a empresa atualize o sistema de sinalização e compre novos trens. Por falar em composições, as usadas no TIC podem ser de dois andares.

Para o serviço expresso, deve ser construído uma via férrea dedicada, além de uma via para o trem cargueiro, sendo que o eixo principal entre Barra Funda e Jundiaí deverá ter quatro vias.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

Via Trolebus