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CPTM

Projeto do Metrô e protesto deram origem à Linha 11 da CPTM

No geral, as Linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM foram originadas de antigas ligações ferroviárias. No entanto, uma delas é um combinado dos antigos atendimentos e de uma extensão projetada pelo Metrô de São Paulo.

O trecho em subterrâneo da Linha 11-Coral seria a extensão da Linha 3, entre Itaquera e Guaianases. A gestão Mario Covas utilizou a CPTM para contrair empréstimos com o BNDES para concluir as obras da extensão — que posteriormente acabaria incorporada pela operadora e inaugurada em 27 de maio de 2000. O novo serviço implantado pela CPTM no trecho novo foi batizado de Expresso Leste.

Neste período, o trecho entre Itaquera e Guaianases, que era mais tortuoso e em superfície, foi suprimido. É possível ver um resquício dele nessa imagem:

Renato Lobo | Via Trolebus

A antiga Linha E é a mais movimentada da companhia, e dependendo do trecho, é um serviço semi-expresso ou parador. São 50,5 km e 16 estações entre a cidade de Mogi as Cruzes e São Paulo. Parte da histórica estação da Luz até Estudantes, no Alto Tietê.

Além de atender o passageiro que se desloca na região metropolitana de São Paulo, o eixo serve como deslocamento em centralidades.

Renato Lobo | Via Trolebus

A criação da Universidade Braz Cubas em 1940 e Universidade de Mogi das Cruzes em 1962, acarretou em um aumento no deslocamento de estudantes de São Paulo, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, até Mogi das Cruzes. Nessa época, o trens de subúrbio tinham como estação terminal Mogi das Cruzes, e os alunos usavam um ônibus para percorrerem os dois quilômetros restantes até esses dois campus universitários.

Com o aumento da demanda, a RFFSA – Rede Ferroviária Federal criou dois trens especiais para atender a essa demanda: o Alvorada e o Estudantes. Enquanto o primeiro era um expresso de tarifa diferenciada, o segundo atendia exclusivamente a demanda dos estudantes de Mogi.

Mas em uma de suas viagens, em 8 de junho de 1972, uma falha elétrica causou uma colisão entre o trem dos estudantes e um trem expresso diesel. O acidente provocou a morte de 23 pessoas e ferimentos em outras 100. Então a população mogiana exigiu a expansão do trem de subúrbios até a região das universidades.

Hoje pode-se dizer que a Linha 11 possuiu um dos melhores serviços da CPTM, seja pelo intervalo que no pico pode ser em torno de 4 minutos, no eixo de maior demanda entre Guaianases e Luz, além da padronização dos trens da série 8000, que traz melhorias na manutenção.

O atendimento, no entanto, convive com algumas contradições. Há estações mais modernas como Suzano e outras com estruturas antigas como a própria Mogi.

Renato Lobo | Via Trolebus

Nos últimos anos, equipes da operadora conseguiram realizar algumas melhorias que reduziram o tempo de viagem. A curva após a estação Brás no sentido de Mogi foi refeita, além da eliminação na baldeação em Guaianases com melhorias no sistema elétrico. Houve ainda a retirada em restrição de velocidade em Dom Bosco e mudanças no aparelho de via entre Mogi e Estudantes. As ações reduziram o tempo de viagem entre Estudantes e Luz de 70 para 63 minutos.

Fazemos questão de ir a campo com as áreas envolvidas nos benefícios feitos na linha, já que se trata das melhorias planejadas e realizadas por todos”, diz o Assessor da Diretoria de Operação e Manutenção, Sérgio Barbosa.

“A estação tem um fluxo grande de pessoas, já que se trata da estação com o maior número de passageiros da linha. Com as paradas obrigatórias para a baldeação, um número grande de pessoas se acumulava nas plataformas e isso refletia também na entrada dos passageiros na Estação Guaianases. A estação tinha que limitar o número de entradas nos horários de maior movimento. Com as melhorias efetuadas na linha, como a padronização da frota e o incremento no suprimento de energia, foi possível então extinguir essa operação, o que gerou ganho de tempo e de conforto a todos os passageiros da linha”, afirma outro assessor, Francis Régis da Silva.

Renato Lobo | Via Trolebus

Para o futuro, a Linha deverá ficar maior, chegando ate a Barra Funda, além de ter menos intervalos, com a implantação do novo sistema de sinalização, o CBTC.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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