O Metrô de São Paulo lançou na semana passada a licitação do anteprojeto da Linha 16-Violeta, que vai ligar a Cidade Tiradentes até Oscar Freire. Junto com os documentos, foi revelado o projeto diretriz, que mostra detalhes do empreendimento que poderá estar completo no final da década que vem, seguindo as previsões do próprio Metrô.
Uma das funções importantes do novo eixo metroviário será desafogar o monotrilho da Linha 15-Prata, além de estações de integração da rede. Sobre o monotrilho, o texto cita “simulações de demanda apontam valores de carregamento crítico muito acima de sua capacidade“.
O estudo mostrou as alternativas de pelo menos sete traçados, inclusive com atendimentos em “Y” quando há uma origem e dois destinos distintos.
O motivo da extensão
O traçado inicial mostrava a Linha 16 chegando em Jardim Brasília, mas de acordo com o estudo “embora a presença da Linha 16-Violeta propicie alívio à Linha 15-Prata, a operação do trecho Jardim Brasília / Oscar Freire não será suficiente para que a implantação da extensão Jacu-Pêssego / Hospital Cidade Tiradentes da Linha 15-Prata 16 ocorra sem sobrecarga do monotrilho”.
Foi então necessário soluções que ampliassem esse alívio, sendo uma das soluções possíveis o prolongamento da Linha. Confira os estudos:
1 – Linha com terminal em Vila Carmosina:
Nessa proposta, a conexão entre linhas ainda dependeria da malha de ônibus. Poderia não ter o alívio esperado no monotrilho.
2 – Linha com terminal em Jacu-Pêssego:
Nessa simulação, a Linha 16 chegaria na futura estação Jacu-Pêssego em conexão com a Linha 15-Prata do monotrilho, ainda desatendendo a Cidade Tiradentes com “metrô pesado“.
3 – Linha 16 em Y
Neste caso, o Metrô estudo um atendimento em Y, com dois destinos a leste, um na Vila Carmosina e outra na estação Jardim Colonial.
O traçado foi desconsiderado porque o Metrô considerou “a diferença de demanda entre os dois ramais, o que comprometeria o atendimento de ambas com padrões adequados a uma linha de metrô convencional”. A análise ainda considera os “conflitos de embarque, desembarque e tempo de espera no trecho comum do “Y” – entre
Cipriano Rodrigues e Oscar Freire.”
4 – Linha 16 com terminal em Jardim Colonial
O eixo também foi considerado inapropriado pois “tende a atrair uma quantidade menor de novos usuários, a despeito de alternativas que atravessam o rio Aricanduva na altura do centro comercial”.
5 – Linha 16 via Jardim Tamoio
Neste caso, a linha teria uma concorrência direta com as linhas 3-Vermelha e 11-Coral. “Entretanto, esta
solução tende a retirar muitos passageiros das linhas 3-Vermelha e 11-Coral, uma vez que apresenta
um extenso trecho paralelo a essas linhas, sobrecarregando a Linha 16-Violeta”.
Na análise, seria suprimida a extensão da Linha 15 até a Cidade Tiradentes.
Houve ainda outras duas alternativas:
6 – Linha 16 via Jardim Tamoio com monotrilho até Cidade Tiradentes
7 – Linha 16 via Parque do Carmo
Alternativa de extensão selecionada
De acordo com o estudo, “a avaliação das alternativas propostas indicou três diferentes diretrizes de desenho – traçado e estações – como as mais adequadas para solucionar os gargalos da rede: Jardim Colonial, Jacu-Pêssego e Cidade Tiradentes”.
O primeiro cenário alteraria significativamente as características essenciais imaginadas para a Linha 16-Violeta, inclusive com baixo número de passageiros incrementais na rede e, embora apresentasse bons resultados em relação à Linha 15-Prata, a opção foi desconsiderada.
A alternativa escolhida como extensão para a Linha 16-Violeta foi a Cidade Tiradentes. O documento cita “a chancela da diretoria colegiada da Companhia do Metropolitano de São Paulo e da Secretaria dos Transportes Metropolitanos”, que possibilitaria a reavaliação da extensão da Linha 15-Prata de Jacu-Pêssego até a estação Hospital Cidade Tiradentes, e por ser a alternativa que mais poderá contribuir com passageiros incrementais para a rede.
