O setor de transportes no Brasil perdeu 10,8 milhões de passageiros em 2021, segundo dados do Anuário da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) 2021-2022. Os números são referentes ao ano de 2021, comparados com 2019, anterior à pandemia.
A demanda atual de passageiros tem oscilado entre 66,8% e 71,3% em relação à situação antes da pandemia, o que significa que as operadoras ainda não voltaram a transportar o volume de 2019, e não há indicações que os números possam voltar para o patamar pré-pandêmico.
Em números absolutos, em 2019 foram realizadas 33,2 milhões de viagens por passageiros pagantes por dia no país, e em 2021 o número caiu para 22,4 milhões (-32,6%). De 2020 para 2021, houve um acréscimo de 50,5%, embora em relação a 2019 a redução seja ainda alta, de 25,1%.
“A pandemia foi um divisor de águas muito forte, em vários aspectos. E com o transporte não poderia ser diferente. Mas ela atingiu o Setor de tal modo que afetou fortemente, a partir da suspensão das atividades comerciais, do funcionamento das escolas, enfim, da necessidade do distanciamento social”, diz o Presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (FETRONOR) Eudo Laranjeiras.
O grupo defende recursos do poder público para “sair da UTI”. “A realidade é que o Setor também está buscando se recuperar, tentando sair da UTI, e precisa de políticas públicas, precisa de ações do Poder Público para isso, pois o transporte é público, ainda que operado por empresas privadas. Quando não temos essas ações, as consequências permanecem sendo uma frota mais velha, ônibus que demoram mais, até mesmo a retirada de linhas, como tem ocorrido, infelizmente”, afirma.