Quem precisa se deslocar entre São Paulo e Curitiba, por meio rodoviário, utiliza principalmente a Rodovia Regis Bittencourt, em uma viagem de cerca de seis horas. Se preferir ir de avião, são cerca de 30 minutos.
Mas houve um tempo onde as duas capitais eram ligadas pelo transporte ferroviário, e seu fim é um claro exemplo da escolha pelo automóvel em detrimento do trem. Em outras palavras, o projeto de rodovia nasceu encurtando as distâncias, e o trajeto sobre trilhos acabou não sendo atualizado.
A história do Trem São Paulo-Curitiba começa no ano de 1909, quando foi inaugurada a ligação ferroviária entre as duas localidades e o Rio de Janeiro, através da junção do ramal de Itararé, da Sorocabana, e da linha Itararé-Uruguai, na então São Pedro do Itararé.
Na capital paulista, provavelmente o trem partia da estação Júlio Prestes, seguindo para Sorocaba passando por Itararé, Ponta Grossa até Curitiba.
De acordo com o Blog do Giesbrecht, a ferrovia que unia as duas capitais tinha 830 quilômetros e o passageiro tinha que fazer uma longa parada em Ponta Grossa, sendo que havia divisões de comboio que às vezes obrigavam os usuários a pernoitar em Ponta Grossa. Eram 25 horas de viagem.
Em meados dos 60, com a abertura da rodovia Regis Bittencourt, a capital paranaense passou a ter um acesso rodoviário, e o serviço ferroviário passou a ser bem menos usado. Eram 400 quilômetros de extensão por rodovia contra os 830 da ferrovia.
Há registros históricos de que a ferrovia Santos-Juquiá poderia ter sido estendida até Curitiba, o que tornaria o percurso mais viável. De certa forma, quase que paralelo à Regis. Mas o eventual volume de passageiros que seria da grande São Paulo, teria que descer a serra até a Baixada Santista. O projeto nunca saiu no papel, e o deslocamento de trem operou até sua extinção na volta que duplicava a distância de viagem.
Em 1976 houve uma queda de uma ponte em Itararé, e se a volta era grande, ficou ainda maior, já que o trem tinha que ir até Ourinhos, que fica a 200 km de Itararé. Em junho de 1979 o serviço ferroviário foi extinto.
Nos dias atuais, o eixo entre as duas capitais por meio da Rodovia Regis Bittencourt está estrangulado, sobretudo na Região Metropolitana de São Paulo, com congestionamentos diários.
Para o futuro, há um daqueles planos onde é mais fácil esperar a humanidade habitar marte. O Plano Nacional de Viação projetou a construção de uma Linha de Alta Velocidade entre as cidades de Belo Horizonte e Curitiba, passando por Divinópolis, Varginha e Poços de Caldas, no estado de Minas Gerais; Campinas, São Paulo, Sorocaba, Itapetininga e Apiaí, no estado de São Paulo, e Curitiba, no estado do Paraná.
Esta linha teria 1.150 quilômetros de extensão. Seria a próxima linha de trem de alta velocidade após a construção do eixo prioritário entre Rio e São Paulo.
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