Há casos na operação dos transportes metroferroviários em que um trem pode ser impossibilitado de seguir viagem, seja por uma avaria, ou por agentes externos, como por exemplo queda de objeto na via. Na semana passada, por exemplo, um comboio operado pela ViaMobilidade não pode partir após a queda de um cabo de alta tensão na Linha 9-Esmeralda.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM criou um protótipo que deve auxiliar os usuários no transbordo entre trens em caso destas paradas entre as estações.
De acordo com comunicado da empresa, “a proposta faz parte do compromisso adotado pela companhia de ter um equipamento disponível no caso extremo de desembarque na via férrea e que seja necessário emparelhar outra composição para uma operação de transbordo. “.
O trabalho de criação do procedimento durou seis meses e foi desenvolvida pela área de Engenharia de manutenção da operadora. Esteve envolvido no projeto uma equipe composta por diversos profissionais das áreas de Manutenção, Operação, Estações, CCO e Oficinas.
O equipamento
Trata-se de uma prancha portátil feito por material resistente, que pode inclusive ser usada por cadeirantes, e permite o transbordo da composição avariada ou impossibilitada de seguir viagem por fatores externos para outro trem que fez o “socorro”.
A CPTM testou o equipamento durante a madrugada e o próximo passo é finalizar as especificações técnicas da peça, que envolvem espessura, tamanho, tipo de material e travamento, entre outros itens, para posterior aprovação da diretoria. Após essa etapa, a CPTM deve preparar os trâmites para produção em escala do equipamento. A previsão é que ainda este ano o equipamento esteja em processo de fabricação.
As equipes ainda avaliaram as distâncias seguras entre as composições, o desnivelamento e superelevação da via. Por isso, o tamanho da prancha será padrão com medidas entre 0,80 metros de largura x 2,20 metros de cumprimento. Para casos com distâncias maiores, a CPTM também está trabalhando em um protótipo de escada móvel.
Mapeamento das linhas
O equipamento deverá ser usado em determinados trechos após mapeamento das cinco linhas. Um levantamento de viabilidade preliminar de uso da prancha portátil para o transbordo trem x trem aponta que 76% de trechos da Linha 7-Rubi podem fazer uso desse recurso, 10% inviável e 14% ainda pendentes de análise. Já na Linha 10-Turquesa, a medição mostrou que 45% dos trechos são viáveis, 22% inviável e 33% pendentes.
Mesmo se tornando viável, a rampa só deverá ser adotada na estratégia operacional após esgotados todas as alternativas disponíveis para movimentação de trens e desembarque nas plataformas. “Investimos em manutenção, treinamento e soluções tecnológicas para garantir a confiabilidade do sistema e dos trens e evitar situações de desembarque na via”, afirma diretor de Operação e Manutenção da CPTM, Luiz Eduardo Argenton.
Uma das alternativas que pode evitar o transbordo, e que já é usada pela CPTM e operadora de trilhos em todo o mundo é o reboque de trens com acoplamento de uma composição na outra.