Mais de três anos depois da primeira greve dos caminhoneiros que atingiu o país, estradas podem ter novas paralisações prometidas para esta segunda-feira, 1º de novembro de 2021. Se o protesto se concretizar e se manter, pode afetar, além do escoamento de mercadorias, a volta dos turistas para a casa, após o feriado prolongado. Só nas ferrovias paulistas, por exemplo, contam com a previsão de pelo menos 3 milhões de veículos de passeio durante os quatro dias.
Qual a reinvindicação?
O trabalhadores querem além da mudança na política de preços da Petrobras, a volta da aposentadoria especial, concedida depois de 25 anos de contribuições previdenciárias, e o piso mínimo de frete, que tem sido alvo de ações na Justiça.
Haverá desabastecimento?
A Associação Paulista de Supermercados recomendou que os estabelecimentos antecipem a reposição dos estoques de perecíveis para que o setor consiga abastecer a população em caso de uma greve dos caminhoneiros, de acordo com o jornal Folha de São Paulo.. Vander Costa, presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), garantiu ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que não haverá desabastecimento.
Quais entidades estarão nos protestos?
Em uma reunião na semana passada, algumas lideranças presentes eram a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), que tem mais de 40 mil associados, e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam). As duas entidades informaram que vão aderir à paralisação dos caminhoneiros da segunda-feira.
O que dizem algumas lideranças?
“Há pessoas que na última chamada eram contra, mas que agora estão parando por causa da dor. Eles estão vendo que não dá mais para continuar rodando. Está crescendo bastante o movimento”, disse Marconi França, líder dos caminhoneiros no Recife.
“Ninguém está aguentando mais. Não tem como a gente trabalhar com o frete em real e o combustível sendo reajustado em dólar. É uma reivindicação que todos fechamos, em comum acordo”, disse José Roberto Stringasci, da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil).
E o governo, o que diz?
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas criticou os autônomos e disse em entrevista ao UOL que eles precisam se reinventar e trabalhar em empresas. De acordo com o ministro, a categoria também é “responsável por destruir o preço do frete”.