Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que entre 1995 e 2018, o carregamento médio de passageiros transportados por ônibus urbanos caiu quase que pela metade em oito capitais: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
O cenário é resultado de mudanças no comportamento econômico da população, que, por exemplo, de 2001 a 2020 demandou crescimento da frota de veículos particulares em 331%. As informações são da Rio Ônibus, que representa as operadoras.
A entidade, assim como o estudo, defende subsídio às empresas. E a pandemia agravou ainda mais o problema, com queda de usuários pagantes em 50% e assim se mantém até então.
“O Brasil está na contramão do que é feito em cidades dos EUA, da Europa, da Ásia. Nas grandes cidades desses países, o transporte público tem um subsídio direto. Acho essencial e inevitável que a gente rediscuta no Brasil a quantidade de subsídio que é dada para o transporte público. Hoje a gente subsidia muito pouco”, diz o pesquisador Rafael Pereira.
“O estudo do Ipea chancela o que estamos dizendo desde o início da pandemia. Sem ajuda do poder concedente, o deslocamento urbano da população carioca por ônibus tende a deixar de existir, como provam os números e as recentes estatísticas. Sem uma alternativa urgente por parte do Governo a população será a mais prejudicada, ficando cada vez mais refém do transporte clandestino, que impões tarifas abusivas, não tem compromisso com trajetos, não transporta gratuidades e muitas vezes utiliza métodos de coação e violência para com os próprios usuários”, afirma o porta-voz do Rio Ônibus, Paulo Valente.