Por volta das 14 horas, as três linhas operadas pelo Metrô de São Paulo seguiam funcionando de forma parcial. Desde às 4h40 da manhã desta quarta-feira, 19 de maio de 2021, a circulação de trens ficou interrompida por conta de uma greve dos metroviários.
Por volta das 7 horas da manhã, o Metrô anunciou um plano de contingência, com a operação parcial das linhas, da seguinte forma: Linha 1-Azul entre as estações Ana Rosa e Luz, a Linha 2-Verde entre Alto do Ipiranga e Clínicas e Linha 3-Vermelha entre Bresser-Mooca e Santa Cecilia. A Linha 15- Prata do monotrilho permanecerá fechada. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás, assim como os atendimentos da CPTM permanecem operando normalmente.
Motivos da Greve, segundo o sindicato
O sindicato dos metroviários confirmou na noite desta terça-feira, 18 de maio de 2021, a greve nas linhas operadas pela estatal nesta quarta-feira (19). A categoria reivindica reajuste salarial, adicional noturno, adicional de férias, pagamento da segunda parcela da PR (Participação nos Resultados) além de manutenção de todas as demais cláusulas do Acordo Coletivo de 2020/2021. Mais de 77% dos votantes optaram pela paralisação em reunião online da categoria.
Já o Metrô de São Paulo, em um comunicado, disse que a atitude do sindicato dos metroviários sobre a greve declarada é “desumana e intransigente“.
Confira a nota do Metrô sobre o protesto:
“É inadmissível que o sindicato dos metroviários, com toda a linha de frente vacinada e com a crise econômica que estamos passando, decida fazer uma greve que irá prejudicar exclusivamente o cidadão que necessita do transporte público para ir ao trabalho.
O Metrô de São Paulo fez uma proposta de acordo salarial aos seus empregados muito acima do que é praticado no mercado de trabalho e previsto na legislação trabalhista. O sindicato certamente vive em uma realidade diferente do restante do país, que sofre com desemprego, perda de renda e fome. O Metrô manteve todos os serviços e seus empregados, apesar do prejuízo de R$ 1,7 bilhão no último ano e de mais de R$ 300 milhões no primeiro trimestre de 2021.
Ainda assim, o Metrô ofereceu a manutenção de diversos benefícios, muito além dos exigidos pela CLT, como o pagamento de vales Refeição e Alimentação, Previdência Suplementar, Plano de Saúde sem mensalidade, hora extra de 100% (CLT determina 50%), adicional noturno de 35% (CLT determina 20%), abono de férias em 60% (CLT determina 1/3), complementação salarial para afastados e auxílio creche/educação, dentre outros.
Reivindicar novos aumentos salariais e de benefícios, punindo a população com a paralisação do transporte público e deixando milhares de pessoas que cuidam de serviços essenciais, como saúde e segurança sem transporte é uma atitude desumana e intransigente. Lamentamos muito que isso esteja ocorrendo e iremos trabalhar para oferecer o melhor transporte possível aos cidadãos. Liminar da Justiça do Trabalho determina manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de R$ 100 mil diários”.