No dia 06 de abril de 2018 a linha 15-Prata do Monotrilho, que durante quatro anos tinha apenas duas estações, ganhou outras quatro. Era entregue as paradas São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União, e um trecho de 5,5 km.
O fato foi lembrado pelas redes sociais do Metrô, em uma postagem de #TBT:
#tbt Há 3 anos (6/4/2018), o Metrô inaugurava quatro estações na Linha 15-Prata: São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União, e um trecho de 5,5 km. Com a extensão do monotrilho, os moradores conseguiram economizar tempo nos deslocamentos pic.twitter.com/CvDYGqmL2U
— Metrô de São Paulo (@metrosp_oficial) April 8, 2021
A chegada do monotrilho em São Mateus só ocorreria em dezembro de 2019, e então a Linha 15-Prata já representava um eixo importante de transporte na Zona Leste de São Paulo. A partir do dia 06 de janeiro de 2020, passou a operar em horário integral, das 4h40 a meia noite.
A adoção do meio de transporte acabou gerando polêmica, pelo custo da obra, demora em sua implantação, embora os postergamentos não estejam ligados a escolha do modal em si, mas a problemas de exceção das obras, além de questionamentos sobre a demanda.
Alguns diziam que o monotrilho ficaria lotado cedo demais, por ter menos capacidade que um metrô convencional, e outros afirmavam que teria sido melhor construir um corredor de ônibus no lugar. A velha dicotomia rasa em discussões de mobilidade.
Em meio aos dozes meses, alguns eventos acabaram por prejudicar o crescimento no uso da Linha 15-Prata, como por exemplo, os quase três meses parados após o estouro de um pneu, além de claro, a pandemia da covid-19.
Demanda
O fato é que o Metrô hoje não transporta nem de perto dos 300 mil passageiros previstos no trecho entre São Mateus e Vila Prudente. A média de usuários por dia útil no monotrilho ficou em novembro em 66 mil, segundo dados no site da operadora. A Linha 15 teve seu ápice no carregamento em fevereiro, quando transportou 116 mil em média por dia. Em junho, após a reabertura da linha, em um cenário já com pandemia, levou apenas 16 mil em média por dia, e esse volume vem crescendo mês a mês:
- Janeiro – 98 mil passageiros (média/dia útil);
- Fevereiro – 112 mil passageiros (média/dia útil);
- Junho – 16 mil passageiros (média/dia útil);
- Julho – 44 mil passageiros (média/dia útil);
- Agosto – 52 mil passageiros (média/dia útil);
- Setembro – 60 mil passageiros (média/dia útil);
- Outubro – 64 mil passageiros (média/dia útil);
- Novembro – 66 mil passageiros (média/dia útil);
- Dezembro – 68 mil passageiros (média/dia útil);
- Janeiro (2021) – 42 mil passageiros (média/dia útil);
- Fevereiro (2021) – 41 mil passageiros (média/dia útil);
Falhas
Outro fator bastante questionado é sobre as falhas. Um levantamento feito pelo Via Trolebus com base nos alertas no site do Metrô e redes sociais, aponta que a Linha 15 teve uma explosão de ocorrências em janeiro e fevereiro, quando o monotrilho chegou em São Mateus, e depois uma redução. Teve uma piora em outubro e novembro, e uma outra redução em dezembro. As ocorrências correspondem a “falha em trem”, “interferência na via” e “falha no sistema de energia”:
- Janeiro – 14 falhas;
- Fevereiro – 12 falhas;
- Julho – 2 falhas;
- Agosto – 1 falha;
- Setembro – 2 falhas;
- Outubro – 7 falhas;
- Novembro – 6 falhas;
- Dezembro – 2 falhas.