A Marcopolo está mesmo empenhada em entrar de cabeça no transporte sobre trilhos. Em um comunicado à imprensa, a fabricante de ônibus defendeu a adoção de sistemas leves sobre trilhos. A empresa recentemente lançou o VLT Prosper, e já tem um cliente em uma rota turística no Sul do País.
Segundo Petras Amaral, business head da Marcopolo Next e executivo responsável pela Marcopolo Rail, o futuro da mobilidade é multimodal e os trens se alinham às tendências mundiais de mobilidade relacionadas à conexão e ao compartilhamento.
Ele acredita que sistema metroferroviário brasileiro precisa ser repensado para atender adequadamente à crescente demanda da população. No Brasil apenas 13 regiões metropolitanas, de um total de 63 de médio e grande porte, contam com malhas de trem, Metrô ou VLT. E, apesar de transportarem mais de 11 milhões de passageiros por dia, ainda assim, apresentam capacidade abaixo da demanda, aponta estudo Setor Metroferroviário Brasileiro, da ANPTrilhos.
“Trens atendem a várias necessidades no que se refere à capacidade, distância e velocidade. Eles também se alinham às tendências mundiais de mobilidade relacionadas à conexão e ao compartilhamento, uma vez que são complementares aos outros modais como bicicletas, motocicletas, carros, ônibus e aviões. Neste último, temos como ótimos exemplos os people movers que circulam em aeroportos de diversos países e que, em breve, teremos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo”, comenta o executivo.
Petras Amaral ainda acredita que há espaço para crescer. “O setor metroferroviário apresenta grande potencial de crescimento no Brasil, tanto para os segmentos urbanos e intercidades quanto para o turístico – apesar de estarmos longe dos países em que esse modal já atua integrado ao deslocamento diário de passageiros há décadas ou mesmo séculos”, afirma.
Projetos de transporte sobre trilhos são mais caros, mas o executivo acredita no retorno viável dos investimentos. “Mas as experiências mundiais comprovam a viabilidade do retorno, compensada também pela longa duração dos materiais rodantes e dos benefícios nos deslocamentos das populações, proporcionando a redução de custos e tarifas no transporte público”.
A nota ainda menciona que nosso país dispõe de capacidade industrial instalada, expertise e tecnologia para avançar no transporte sobre trilhos, e, aos poucos, surgem projetos em diversas cidades, impulsionados por parcerias público-privadas. Esse potencial poderá ser explorado também no desenvolvimento e implantação deste setor também nos países vizinhos da América Latina, produzindo veículos com preços competitivos e qualidade equivalente aos demais concorrentes internacionais.