Durante o último dia da 26° Semana de Tecnologia Metroferroviária, promovida pela Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), o Diretor da entidade, Ayrton Camargo e Silva, falou sobre as vantagens de sistemas de Veículos Leve Sobre Trilhos (VLT), tema central da sessão “O VLT Hoje no Brasil: Resultados, Desafios e Perspectivas”.
Há uma discussão em curso no Brasil sobre a adoção do VLT no ponto de vista de valores e no carregamento, sendo que os corredores de ônibus do tipo BRT (Bus Rapid Transit) levam vantagens, nestes dois quesitos. Mas para Camargo e Silva, a adoção do meio de transporte deve ser observada além dos custos.
“O potencial do VLT vai muito além de prover viagens urbanas de qualidade. Trata-se de uma opção para criar cidades mais saudáveis e economicamente competitivas”, diz.
Atualmente, 402 sistemas de VLT operam no mundo, de acordo com o diretor, sendo que mais da metade deste total está concentrada na Europa. “Na América Latina existem apenas 7 sistemas, contando com os dois que temos no Brasil. Ou seja: há um grande desafio pela frente e um mercado de mobilidade espetacular para trabalharmos no país”.
Já o Secretário Geral para o Brasil da Associação Latino-Americana de Ferrovias (ALAF), Jean Pejo, os administradores públicos precisam estar convencidos sobre os investimentos nos sistemas leves sobre trilhos. As vantagens apontadas por Pejo estão na matriz limpa dos veículos e na requalificação urbana.
“Existem três fatores principais que impedem essa viabilização: conhecimento, políticas públicas e apreço pela sociedade. O VLT é um sistema que garante mais qualidade de vida para os cidadãos, abrindo espaço para que arquitetos e urbanistas trabalhem em melhorias. Além disso, ele não polui, não apenas no sentido ambiental, mas também no sonoro e visual. É preciso orientar prefeitos e governadores para que eles entendam o que o VLT de fato é: não um centro de custo, mas um centro de desenvolvimento e riqueza para as cidades”, defendeu.
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