A implantação de um projeto de trem de alta velocidade não está apenas no desenvolvimento da composição, mas também na via férrea que vai comportar o comboio veloz, seja pelas curvas ou pelas estruturas dos trilhos.
No final da década 60, o mundo tinha conhecido o projeto de trem bala japonês, e a Grã-bretanha não queria ficar atrás, desenvolvendo então o projeto “Advanced Passenger Train“, um trem de alta velocidade que podia correr em uma linha que não era para veículos rápidos. Seria, por exemplo, uma composição de alta velocidade ligando a Luz até Campinas, pela Linha 7-Rubi. Naquela época, as ferrovias da Grã-bretanha enfrentavam grande problemas, em parte por conta da concorrência crescente do setor aéreo.
Seria uma ótima alternativa de baratear os projetos. O custo por exemplo, do TAV entre São Paulo e Rio, em 2009, era estimado em R$ 25 bilhões de reais.
O APT então iria correr por ferrovias antigas, basicamente com um sistema que inclinava os carros (vagões) como uma motocicleta. A chamada inclinação ativa era constituída de computadores de bordo que inclinavam os trens por meio de cilindros hidráulicos.
O projeto de construção do material rodante durou quase uma década. A composição tinha oito motores de tração que tinha a força de 8.000 cavalos. Seu inovador sistema de inclinação permitia que o trem fizesse curvas duas vezes mais rápido que uma composição comum na época. Em 1979, o APT atingiu a marca de 261 km/h. O projeto previa uma frota de 250 trens desse tipo.
Em 7 de setembro de 1981 o primeiro protótipo entrou em operação. Mas o trem do futuro teve diversas falhas, e o pior: um terço dos seus passageiros ficaram enjoados por conta da inclinação. A mídia na época não perdoou e a imagem do APT ficou bem manchada, e a operadora British Rail em poucas semanas suspendeu sua operação.
Outros fatores também foram apontados para o insucesso do APT, como falha no desenvolvimento do trem, falta de testes, além de uma crise financeira governamental.
Atualmente o Reino Unido dispõe de trens como o Eurostar que circulam pelo túnel do Canal da Mancha, entre a Inglaterra e a França, e também viajam pela Bélgica, e operam a 300 km/h. Há também versões do Italiano Pendolino (British Rail Class 390 Pendolino) e o trem Javelin (British Rail Class 395 Javelin) que operam a 200 km/h. E o famoso InterCity 125, um dos trens a diesel mais velozes do mundo, operando a 201 km/h (recorde de 238 km/h).