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Trólebus foram comprados para Belo Horizonte, mas foram parar em SP e na Argentina

Belo Horizonte quase teve um sistema de trólebus na década de 80, após a capital mineira ter tido a operação dos ônibus elétricos entre os anos de 1953 e 1969.

Em 1984 a EBTU – Empresa Brasileira dos Transportes Urbanos – EBTU repassou uma verba de Cr$ 4 bilhões para a Companhia de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Metrobel) reimplantar um sistema de trólebus entre o centro da capital e Venda Nova.

Foram comprados em fevereiro de 1986, 55 trólebus por 81 bilhões de cruzados por um consórcio formado pelas empresas Tectronic-Avibras e Marcopolo, com prazo de entrega previsto para junho a dezembro de 1986.

O Banco Mundial fez um empréstimo de 50 milhões de dólares para ajudar no projeto. O primeiro trólebus tinha previsão de ser testado em janeiro de 1987. No entanto, cerca de 22 milhões de dólares foram desviados, o que ocasionou a paralisação das obras. Há acusações que o dinheiro foi usado para campanhas políticas.

Então do lote de 55, apenas 42 trólebus foram entregues, junto com subestações, postes e parte da rede elétrica instaladas, mas o projeto foi abandonado pelo governo e a ideia foi substituída por um sistema de VLT, inclusive com a assinatura de uma carta de intenções para adquirir 36 bondes da empresa checa Skoda, porém a aquisição nunca foi efetuada.

E após seis anos armazenados, na fábrica da Marcopolo, os trólebus foram vendidos para a cidade de Rosário na Argentina (1993) e para o sistema de trólebus de São Paulo (1996). O lote de 22 veículos rodou pela Eletrobus em linhas da capital paulista, na época em que a empresa estava renovando sua frota. Depois foram repassados para a Metra, no corredor São Mateus- Jabaquara, onde rodam até hoje.

Foto: Douglas de Cezare | Extraída do Diário do Transporte
Foto: Renato Lobo | Via Trolebus

Em 1986 foi montado um protótipo para a cidade de Campinas, carroceria Marcopolo e eletrônica Powertronics, sendo o primeiro trólebus de três eixos construído no Brasil, com 15 metros de cumprimento. O sistema também não prosperou. Na década de 80 projetou-se um sistema trólebus para o corredor na Avenida das Amoreiras. A faixa foi concluída em 1988, mas o ônibus elétrico não chegou a ser implantado.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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