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Ônibus

Por que o segmento rodoviário não utiliza ônibus articulados?

Os ônibus articulados são utilizados em grandes centros urbanos por conta da sua versatilidade, já que com dois carros acoplados, o número de passageiros é maior com custos menores que dois ônibus padron separados. São menores custos de manutenção e investimentos em profissionais.

Foto: Samuel Rocha

Os primeiros articulados surgiram na Europa nos anos 20. Entretanto, os primeiros de modelos similares aos dos dias atuais começaram a surgir na década de 40. A grande vantagem dos articulados em relação aos de dois andares é a rapidez no desembarque, e em corredores com cobrança antecipada, também o embarque, ao passo em que estes veículos possuem mais portas que os double decker.

Atualmente os ônibus articulados possuem entre 18 metros e 21 metros, com capacidade de 150 a 180 passageiros, dependendo da configuração interna de bancos, e os biarticulados até 28 metros e capacidade de passageiros variando entre 230 e 270 passageiros.

Nos últimos anos um veículo intermediário tem conquistado as operadoras: o superarticulado, que possui entre 21 e 23 metros de comprimento, podendo transportar, dependendo da configuração, de 190 a 210 passageiros.

Foto: Samuel Rocha

Se os popularmente chamados de “sanfonados” são presentes nas cidades, no segmento rodoviário são praticamente inexistentes. E se são vantajosos no transporte urbano, por que não nas estradas?

Em 1946, um ônibus articulado da Kaiser-Frazer foi criado para o seguimento rodoviário. Contava com motor diesel, carroceria de magnésio, ar condicionado, dentre outros.

Já no final da década de 70, foram introduzidos no Brasil, e foram testados por grandes empresas como a Viação Garcia e Auto Viação Catarinense. Os ônibus que foram testados eram Nielson Diplomata Articulado com chassis Volvo B58, que foi muito usado nos ônibus da época. Mas o resultado dos testes não foi satisfatório e o conceito do ônibus rodoviário articulado foi abandonado no Brasil.

Entre os anos de 1975 e 1992, a Neoplan Jumbocruiser produziu ônibus de dois andares articulados, onde apenas o andar de cima permitia movimento entre as duas seções, e assim, cada seção tinha suas próprias portas e escadas.

Um dos fatores que explicam este insucesso é o peso extra desses ônibus, que diminuem sua velocidade final e aceleração, além da capacidade de frenagem. Além disso, em altas velocidades o segmento traseiro pode sofrer instabilidade.

Os ônibus articulados são mais caros de adquirir e têm manutenção mais cara que ônibus comuns, além de consumirem mais combustível por unidade. Mas, se for levado em consideração o número de passageiros que cada ônibus pode transportar, o fator pode ser invertido. E o segmento urbanos pode levar muito mais passageiros que o rodoviário, já que linhas rodoviárias na maioria das vezes viajem com pessoas sentadas.

Um dos veículos que foram incendiados | Foto: Samuel Tuzi

Outro ponto é o fator da revenda. Mesmo após anos de uso, um ônibus rodoviário permanece mais anos rodando, como por exemplo, em empresas de fretamento. Já no segmento urbanos, na maioria são sucateados.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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