O transporte coletivo frequentemente foi usado como moeda de troca para candidatos à prefeitura subirem em pesquisas, e por fim conseguirem ser eleitos pelo voto popular. E na maior capital brasileira, não é diferente.
A cidade e o Estado de São Paulo já teve diversas promessas que contemplavam obras espetaculares e expansões mirabolantes. Algumas ajudaram a eleger prefeitos, e outras ajudaram a afundar candidaturas.
– Marta Suplicy: Expansão da malha metroviária em 47 km
Em campanha a reeleição de 2004, Marta Suplicy, que ainda estava no PT, prometeu nada mais nada menos que “iniciar e concluir nos próximos quatro anos, junto com o governo estadual, a implantação de 47,4 km de metrô, completando 63,1 km até 2014 (ano da Copa do Mundo). O investimento total será de R$ 11,8 bilhões, que propomos sejam assim distribuídos: Prefeitura: 490 milhões/ano; Estado: R$ 980 milhões/ano; União: R$ 490 milhões/ano” segundo seu plano de governo.
Entre as promessas estavam a Linha 3 até Freguesia do Ó, e a Linha 2 até Cerro Corá e Sapopemba, além de uma nova linha chamada Linha 7, de Vila Maria a Vila Prudente.
Marta acabou sendo derrotada nas urnas por José Serra.
– Celso Pita: Fura Fila
Neste exemplo, o projeto ajudou na eleição do ex-prefeito Celso Pitta. O fura fila era um projeto de véiculo leve sobre pneus – VLP que prometia revolucionar o transporte de média capacidade na capital paulista.
Pitta foi eleito, Maluf nunca mais ganhou para prefeito, e o Fura Fila ficou em uma pista de testes de 3 km entre o Parque Dom Pedro e a Peaça Alberto Lion.
3 – Geraldo Alckmin: Trens Regionais
Uma das promessas do atual governador João Doria é a construção do Trem Intercidades, entre São Paulo e Campinas. Mas o projeto já havia sido prometido por ser antecessor e padrinho político, Geraldo Alckmin que prometia em seu planos de governo, “apoiar projetos de expansão de ferrovias pelo Estado de São Paulo, em especial, nas regiões de Campinas, Vale do Paraíba e Metropolitana de São Paulo”, segundo seu plano de governo. Alckmin ficou à frente do Estado de 2011 até 2019, e nenhuma linha regionais foi tirada do papel.
4 – Levy Fidelix: Aerotrem
Levy Fidelix ficou conhecido desde as eleições de 1996 com a proposta do Aerotrem, além de outras declarações polêmicas e até homofóbicas. Levy reciclou sua proposta de trem aéreo nas eleições seguintes, e ficou feliz quando o governo do Estado construiu o monotrilho.
5 – Celso Russomano e a Tarifa proporcional
O apresentador Celso Russomano propôs nas eleições de 2012, uma tarifa proposicional nos ônibus de São Paulo. Ou seja, o passageiro que andasse poucos km, pagaria menos. Russomano só esqueceu de explicar que a medida não seria implantada nos casos em que o passageiro percorresse maiores distâncias, o que levou a partidos que concorriam a prefeitura a acusar o apresentador de aumentar a tarifa para aqueles que moram mais distantes do centro.
Russomano, que estava em primeiro lugar nas pesquisa, ficou de fora do segundo turno.
6 – Haddad e os corredores de ônibus
De 150 quilômetros de faixas de ônibus previstos em programa de governo de Fernando Haddad, a prefeitura entregou 416 (177% a mais). Mas a construção de corredores, porém, alcançou apenas 51% dos objetivos.
7 – Serra e Kassab, e a Linha 6-Laranja
Em 2008, o então governador de São Paulo José Serra e o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, anunciavam obras da futura Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, ligando a estação São Joaquim à Zona Norte, com as primeiras entregas em 2011. Mas o projeto acabou sendo postergado, com mudanças nas execuções. Antes era previsto que o metrô tocasse a obra, mas o governo Alckmin decidiu tocar a linha por meio de uma PPP.