Reportagem do jornal Folha de São Paulo desta quinta-feira, 9, revela que o sistema CBTC, implantado na linha 2 – Verde, do Metrô, apresentou 1 falha considerada relevante a cada 5 dias em 2016. O sistema foi contratado em 2008 na gestão Serra e a promessa era concluir a implantação dele até 2011 pela francesa Alstom.
Diversos atrasos e problemas ocorreram e o CBTC só começou a funcionar integralmente em fevereiro do ano passado.
A tecnologia adotada pretendia diminuir o interval entre os trens e gerar mais segurança aos usuários. O ex-presidente do Metrô Luiz Antonio Carvalho Pacheco estimou que esse intervalo passaria de 120 para cerca de 100 segundos. A realidade, porém, mostra qaue, em horários de pico, o interval diminuiu apenas 2 segundos.
Umas das ocorências graves foi em 12 de maio de 2016 quando um trem passou reto pela estação Consolação. Um mês antes, um trem precisou ser evacuado pela manhã por ter perdido o sistema.
“Nós tivemos o desafio de instalar o sistema enquanto operávamos a linha, transportando milhares de pessoas por dia. Também estamos aprendendo com o CTBC, e eletrônica não tem como prever antes de que maneira vai funcionar”, disse Antonio Marcio Barros Silva, gerente de manutenção do Metrô.
Antonio diz que todos os casos apresentados, apenas um processo foi aberto na Copese (Comissão Permanente de Segurança) com relação à linha 2, e que houve a desclassificação desse caso. Logo, para a estatal, não houve nenbum incidente no ano passado.
Questionado sobre os problemas que aconteceram, citando o caso do trem que passou reto pela Consolação, minimizou. “São falhas corriqueiras. É importante dizer que o CTBC trabalha com redundância, com uma margem de segurança. Ao notar uma falha, ele a isola, e segura a movimentação dos demais trens”, afirma.
O gerente cita dois benefícios com o novo sistema. O primeiro é uma economia de gastos com os freios dos trens. Como as composições andam mais próximas, há velocidade mais estável no sistema como um todo, o que gera menos uso das pastilhas de freio e reduz o consumo de energia. O segundo é a inclusão de um novo trem para atender ao maior volume de passageiros no horário de pico. “Nós antes tínhamos 22 composições. Com o novo sistema, conseguimos chegar a 23 no carrossel. O número poderia ser maior, mas os gastos também subiriam, e a demanda está bem atendida no momento.”