As velocidades máximas nas marginais Tietê e Pinheiros devem voltar para as praticadas antes da política de redução de acidentes, adotada pela atual gestão, no dia 25 de janeiro, disse o prefeito eleito João Doria. Na visão de Doria e sua equipe, os índices de mortos e feridos deve se manter em declínio com a adoção de campanhas de conscientização e reforço na sinalização.
O limite na pista expressa passará de 70 km/h para 90 km/h. Na central de 60 km/h para 70 km/h, e na local, para 60 km/h com algumas exceções. “Na faixa da direita da pista local, pela qual transitam os ônibus e que permite conversão à direita, a velocidade será mantida em 50 km/h”, diz a nota.
Deve ser ainda intensificada a fiscalização, com a manutenção de radares e a instalação de lombofaixas em áreas com grande concentração de pedestres. Em apenas um ponto da marginal Pinheiros, mais de 19.300 (19,3 mil) pedestres circularam no período entre 6h e 20h, segundo estudo da Ciclocidade.
Entidades de Mobilidade Ativa são contra
Entidades ligadas a ciclistas e a mobilidade a pé entregaram nesta semana ao Ministério Público do Estado de São Paulo um dossiê de cerca de 300 páginas em favor da manutenção das baixas velocidades nas marginais e demais vias da cidade. O documento foi construído pela Ciclocidade – Associação dos Ciclistas Urbanos de SP, Cidadeapé – Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo, Bike é Legal, Bike Zona Sul, Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Pé de Igualdade e Sampapé.
“Viemos colaborar com o Ministério Público em seu inquérito para respaldá-lo tecnicamente, pois as entidades aqui presentes consideram que a política pública de aumento de velocidades nas marginais, a ser implementada pelo prefeito eleito João Doria, é ilegal”, declarou a advogada Juliana Maggi Lima, representante da Ciclocidade.
Para Ana Carolina Nunes, representante da Cidadeapé, “a decisão de voltar a aumentar as velocidades é unilateral e pensada somente a partir do viés de quem anda de carro”. Ana Nunes participou das duas contagens nas marginais e pôde ver de perto os problemas enfrentados por pedestres e ciclistas. “Estamos buscando todas as vias de diálogo com a nova gestão para dar visibilidade às pessoas mais vulneráveis no trânsito, mas vemos que não temos mais opções. Por isso protocolamos os documentos, para mostrar que existe uma demanda contrária à volta das altas velocidades, com argumentos técnicos e formais. Queremos debate público”, afirmou.