O Metrô de Recife pode paralisar as atividade na próxima semana, tudo porque o Consórcio Grande Recife não estaria repassando os recursos das integrações para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) há pelo menos dois anos. Quem diz isto é o presidente da Companhia, Marco Antônio Fireman.
“Éramos para receber R$ 2 milhões por mês. Por conta da apropriação indevida dos nossos recursos, não conseguimos pagar a Celpe [Companhia Energética de Pernambuco]. Tentamos uma negociação com ela [Celpe], mas não ocorreu. Se não pagarmos, a energia será cortada e o serviço vai parar”, afirma o presidente.
Fireman diz ainda que o Governo não paga o consórcio, que por sua vez não repassa os valores para a CBTU. A companhia deve entrar na justiça com uma liminar na justiça para evitar o corte de energia. “É um serviço que afeta a cidade toda. Recife é uma cidade que vive o metrô. O sistema não pode simplesmente parar. Por isso, nosso departamento jurídico está entrando com uma liminar. Vamos ingressar na justiça também para penhorar a receita do consórcio”, diz o presidente.
O Consórcio Grande Recife afirmou em um comunicado que “reconhece parte da dívida referente ao transporte de passageiros do Sistema Estrutural Integrado (SEI)”. Porém, o consórcio contesta os valores. “Quando esse repasse é feito, o Consórcio retém os valores de causas trabalhistas da CBTU demandadas pelo Poder Judiciário, repassando para a Companhia apenas o restante, conforme acordo celebrado com aquela empresa estatal”, afirma em nota. O sistema metroviário do Recife opera com 26 trens e transporta uma média de 400 mil passageiros por dia.