Foto: Heloisa Ballarini/SECOM
Abrir vias para pedestres e ciclistas pode gerar economia aos cofres públicos, é o que diz um estudo, que aponta que o investimento em ruas abertas economiza o equivalente a três vezes o valor em saúde pública. Trata-se de uma pesquisa da Universidade de los Andes, que quantifica os impactos no orçamento público gerado pela abertura de ruas em Bogotá e Medellín, na Colômbia, e San Francisco, nos Estados Unidos.
Na cidade de Bogotá, 121 quilômetros de ruas e avenidas são abertos para o lazer todos os domingos, e o estudo apontou que cada dólar investido gerou uma economia de três dólares aos cofres públicos, totalizando 13 milhões de dólares poupados por ano.
São calculados fatores como qualidade de vida, segurança pública, saúde pública, coesão social e menor poluição visual e sonora. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que cada dólar investido em promoção de atividade física também pode economizar o triplo em saúde pública.
“Essas iniciativas se revelam como grandes oportunidades para incrementar as áreas de lazer dos centros urbanos, que muitas vezes são concentradas e insuficientes, com um investimento simples e de baixo custo em espaços que já são públicos”, afirma a arquiteta Rafaella Basile, da ONG Cidade Ativa.
Resitência em São Paulo
Ainda que a literatura especializada comprove os benefícios da medida, a ação da prefeitura de São Paulo tem resistência de uma minoria, porém relevante de pessoas contrária ao projeto.
O Ministério Público chegou a multar a prefeitura pela abertura da Avenida Paulista aos Domingos. A administração Pública deve recorrer.
Os movimentos sociais questionam ação do MP
Para Letícia Sabino, uma das idealizadoras da mobilização #PaulistaAberta, a proposta propicia um espaço de qualidade para o encontro e a convivência: “a avenida Paulista, pelo que representa, tornou-se um dos símbolos da cidade, para onde pessoas de várias regiões vão se divertir e se encontrar. Entregá-la para as pessoas, mesmo que por um dia, é muito importante para desconstruir o modelo rodoviarista de cidade e recuperar a convivência no espaço público”, diz.
O Movimento nasceu das organizações Sampapé e Minha Sampa, visando pressionar o poder público pela abertura da avenida Paulista para o lazer.
