Em entrevista a um programa de TV por internet da Fundação Perseu Abramo, o Secretário Municipal dos Transportes, Jilmar Tatto falou sobre passe-livre, empresa pública de transportes e sobre impostos para subsídio dos ônibus.
Segundo Tatto, a tarifa é injusta. “Hoje quem paga pelo transporte público? O usuário pela tarifa, a sociedade por subsídios e as empresas pelo vale-transporte dos funcionários. Mas ainda é uma distribuição injusta. O usuário é extremamente penalizado…O usuário do carro ocupa oito vezes mais que seu próprio espaço. Ele tem de pagar de uma certa maneira proporcionalmente por este uso na via.”, disse o Secretário.
Segundo ele, uma das formas de tornar este custo mais justo seria tornar parte da Cide – Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico, o chamado imposto do combustível, direcionada não para obras de mobilidade, mas para custeio das tarifas.
Tarifa Zero
O Secretário disse ainda que no furuto a tarifa-zero pode ser uma realidade, no entanto, a atual gestão não tem planos para isto. Para tornar a medida viavél, na avaliação de Tatto, seria criada uma empresa pública de transportes.
“Temos de tomar cuidado porque empresa pública tem um custo maior, como por exemplo com o salário do funcionário público, que é maior. Logo, a iniciativa privada, ao ver isso, vai querem equiparar o recebimento por este custo maior no sistema como um todo para sua lucratividade” – disse Tatto.
Mídia X Prefeitura
Tatto disse ainda que diariamente ações da prefeitura são alvo de uma mídia, considerada por ele, conservadora.
“O que está acontecendo na cidade de São Paulo é que há grupos econômicos, principalmente de mídia, extremamente conservadores e que tem um ataque especulativo, um ataque diário, cotidiano, contra estas políticas [de mobilidade]. É exatamente isso que acontece. Mesmo fazendo políticas que ajudam a população, há grupos de mídia criticando” – disse o secretário.
Faixas de ônibus, ciclovias e redução da velocidade foram os temas de maior destaque nos debates das emissoras de TVs, rádio e jornal impresso.
No caso das faixas de ônibus e de bicicleta, muitos jornais questionaram o volume em que os veículos ou bicicletas trefagavam pelas estruturas. Já sobre a redução de velocidade, muitos editorias fizeram uma referência nas entrelinhas sobre a “Industria da multa”.