Notícia amplamente divulgada nesta segunda-feira (13) em São Paulo diz respeito ao aumento no número de atropelamentos por ônibus. De acordo com reportagem do jornal Folha de São Paulo, o número de pessoas atropeladas por ônibus subiu 30%, de 87 casos em 2013 para 114 em 2014.
A matéria ouviu três especialistas – Sergio Ejzenberg, Flamínio Fichmann e Luiz Célio Bottura, que atribuíram o aumento das ocorrência, com o avanço das faixas exclusivas, já que os coletivos ganharam velocidade nas estruturas.
Sergio Ejzenberg – “Os ônibus estão matando mais. A gente associa isso às faixas junto da calçada, onde passam que nem flecha, em alta velocidade”.
Flamínio Fichmann: “Sempre que há uma nova situação para o condutor, é preciso instruí-lo porque, com caminho mais livre, a velocidade aumenta, e o risco para o pedestre também.”
Luiz Célio Bottura: “Em algumas regiões, o pedestre não foi devidamente informado sobre os novos trajetos dos ônibus. Com uma travessia sem atenção, coloca-se a vida em risco”
O número é preocupante e mostra uma tendência que precisa ser revertida. No entanto, o maior número de atropelamentos continua envolvendo o carro. Mas o fato fica em segundo plano pela reportagem. Em 2013, enquanto ônibus atropelaram 87 pessoas, os carros 197. Em 2014, foram 114 por ônibus e 200 por automóveis.
O Jornalista Adamo Bazani, do Blog Ponto de Ônibus, elaborou um texto intitulado “Faixa de ônibus não atropela ninguém” que questiona a fala de parte dos especialistas: “O curioso que os mesmos especialistas que pregam que a velocidade dos ônibus precisa aumentar para tornar o transporte coletivo atraente e contribuir para a redução do número de carros nas ruas, são os que relacionam faixas de ônibus com atropelamentos”.
Adamo afirma que ao invés de se achar um culpado, “é necessário ir mais afundo e encarar as verdadeiras causas que não são poucas. A começar pela educação de ambas as partes: motoristas e pedestres. Nenhuma das duas pontas ainda está preparada para uma convivência plena em harmonia.”.