Cobradores de ônibus do sistema municipal de transporte da capital paulista temem por cortes de postos de trabalho. Nesta terça-feira (7), trabalhadores protestaram em frente ao sindicato da categoria na Liberdade e saíram em caminhada por ruas da região central de São Paulo. A manifestação foi encerrada às 17h45, e contou com cerca de 1,3 mil pessoas, segundo o sindicato da categoria. A Polícia Militar fala em 1 mil.
Segundo os trabalhadores, um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em dezembro de 2014 elimina a obrigatoriedade de cobradores dentro do ônibus. O sindicato reclama ainda o fato da possibilidade de redução da frota de ônibus com nova licitação, prevista para ser lançada no mês que vem. “Pode prejudicar a categoria e colocar mais de 15 mil trabalhadores no olho da rua”, afirmou o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores, Valdevan Noventa.
A São Paulo Transportes, SPTrans, por sua vez diz que não existe politicas previstas para demissão dos colaboradores. Porém a empresa que administra as linhas de ônibus na cidade de São Paulo diz que apenas 8% dos pagamentos da tarifa é feito em dinheiro. “O cobrador é uma profissão em extinção no mundo todo porque o dinheiro está em menor circulação. Mas você pode pegar esse profissional para ficar no pré-embarque, ou como assistente do motorista, tem que analisar caso a caso, mas não vai ter desemprego nessa área”, afirmou o Secretário Jilmar Tatto, em uma assembleia.
Sobre a redução dos ônibus, trata-se de uma medida para racionalizar a frequência dos coletivos, e evitar filas de veículos, sobretudo em corredores exclusivos. Para os novos corredores do tipo BRT (Bus Rapid Transit) que serão instalados na cidade, já é previsto ônibus sem os cobradores, uma vez que o pagamento da tarifa será feita na parada de ônibus, dando mais agilidades aos deslocamentos.