Convencer um cidadão a deixar o carro em casa requer uma série de medidas, e dar fluidez ao transporte público é uma delas. Muito mais que qualquer discussão politica partidária que envolva os projetos da cidade, a mobilidade paulistana ainda esta na UTI, e algumas ações por parte da administração pública vem tendo resultados positivos.
O ultimo deles foi que os ônibus da capital estão 68,7% mais rápidos nas vias em que foram implantadas as faixas exclusivas, é o que aponta um recente levantamento da CET. A empresa que é responsável por gerenciar a fluidez do trânsito na maior capital brasileira fez medição de tempo de viagem dos ônibus em 66 trechos inaugurados entre os dias 13 de janeiro e 22 de agosto deste ano, que somam quase 60 quilômetros de extensão.
A velocidade média dos ônibus subiu de 12,4 quilômetros para 20,8 quilômetros por hora. Para chegar a este resultado, as medições foram feitas uma semana antes da implantação de cada faixa e na primeira semana de funcionamento. Entre as faixas em que os coletivos ganharam maiores velocidades está a da ponte do Jaguaré. Por lá o aumento equivale a 317,3%!
A medida não deixa de ser polêmica, sobretudo aos motoristas de carros que acabam tendo a sensação de penalidade por parte da prefeitura em priorizar o transporte coletivo. Mas em geral as vias da cidade comportam um fluxo não democrático do ponto de vista da ocupação: os carros ocupam mais de 80% do viário, porem carregam cerca de 20% dos passageiros, enquanto os ônibus que transportam 70% dos passageiros, ocupam apenas 20% do espaço viário nas grandes cidades brasileiras.
A ultima reclamação é da recém faixa implantada na Via Anchieta no trecho urbano. Por lá o estudo apontou que a velocidade dos ônibus teve aumento de 84,7% na velocidade em direção à São Bernardo do Campo (Bairro). A velocidade média passou de 9,9km/h para 18,4 km/h. Neste trecho passam cinco linhas de ônibus municipais, levando em média 51 mil passageiros/dia útil, numa freqüência de 36 ônibus por hora. O estudo não menciona as linhas intermunicipais, que também foram beneficiadas.
O município recebeu desde janeiro de 2013, 356 quilômetros e 400 metros destas estruturas. Antes, a cidade tinha 105 quilômetros, totalizando agora 461 quilômetros e 400 metros de faixas.
As faixas exclusivas estão ajudando a melhorar a qualidade do ônibus de São Paulo. Mas não devem ser tratadas como única ação por parte da administração municipal. Corredores exclusivos do tipo BRT (Bus rapid Transit) potencializam os ganhos na priorização dos ônibus, e tornam os serviços prestados pelos coletivos com a mesma satisfação oferecida pelo Metrô. A Administração do prefeito Fernando Haddad pretende entregar 150 km destes corredores até o final de sua gestão.