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O aumento da frota de carros e a péssima qualidade do transporte

mobilidade - carro x onibusQuanto maior a quantidade de carros, maior será o índice de vias congestionadas, já que o viário não cresce na proporção do aumento da frota. Esta frase se encaixa bem com a realidade de São Paulo. Mas, não apenas as grandes cidade sofrem da chamada “carro dependência”.

Segundo o Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, hoje o Brasil tem uma média de um carro para 4,4 habitantes, é o que mostra uma reportagem do site G1. E esta concentração não estão mais só na megalópoles. Das 5 mil 570 cidades brasileiras, só 19 não registraram crescimento na frota de veículos em 2013. Dos 45 milhões 444 mil 387 veículos, a região Sudeste concentra 25,2 milhões. A região Sul tem 9,8 milhões de automóveis. O Nordeste tem 5,4 milhões, o Centro-Oeste possui 3,7 milhões e o Norte, 1,3 milhão de veículos.

Um dos fatores para este impulso do aumento no número de carros é a facilidade em que o próprio governo oferece a população, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Com isso, as classes populares andaram mais de carros, segundo pesquisa de Mobilidade do Metrô de São Paulo referente ao ano de 2012. Estes dados mostram que em 2007, 23,4% da população com renda de até R$ 1.244 realizavam seus deslocamentos de modo individual. Já em 2012 o percentual subiu para 25,2%.

A grande solução apontada por especialistas é o uso do transporte público. Entretanto ai esta a problemática, já que os sistemas são pouco atraentes para a população. Tomando como base a região metropolitana de São Paulo, Metrô e CPTM carregam em média 7,4 milhões de usuários por dia útil. Só na linha 3 do Metrô passam por dia 1,5 milhão de pessoas.

O sistema de ônibus possuí índices insatisfatórios. A mais recente “Pesquisa de Imagem dos Transportes na Região Metropolitana de São Paulo”, divulgada pela ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos, realizada em 2012, mostra 63% dos entrevistados pedem mais ônibus nas linhas, 47% querem mais linhas de ônibus e 28% reivindicam intervalos menores entre os coletivos. No geral, no entanto, os serviços de ônibus pioraram entre 2011 e 2012, de acordo com a pesquisa. A aprovação dos ônibus municipais da Capital caiu de 40% para 35%.

Os ônibus intermunicipais gerenciados pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes antes tinham aprovação de 51% dos entrevistados, caindo para 45%. Voltando ao transporte sobre trilhos, a CPTM teve queda na satisfação nesta mesma pesquisa da ANTP, passando de 48% para 44%.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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