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Mais uma vez pontos de ônibus “diferenciados” na periferia

ponto-perfireriaNo último dia 28/01 o Via Trólebus publicou uma matéria que questionava a instalação de abrigos de ônibus, nas regiões periféricas da cidade de São Paulo, de qualidade inferior em comparação aos instalados nas regiões mais centrais e elitizadas da capital.
Os alvos dos questionamentos foram a empresa Ótima, vencedora de licitação firmada em 2012, fim da gestão Kassab, que visa a instalação de 7500 novos abrigos de ônibus e cerca de 14700 novos totens de parada de ônibus na capital paulista, e a SP Obras, empresa pública que tem como finalidade executar e acompanhar obras públicas da cidade.

Em reposta às questões levantadas pelo Via Trólebus, a Ótima informou que o abrigo citado na matéria, instalado ao lado do Metrô Capão Redondo, na zona sul, segue o modelo Brutalista Leve, que é uma variação do modelo Brutalista. A empresa alegou ainda que o modelo instalado “foi desenvolvido para atender prontamente a necessidade de substituição de 575 abrigos que tiveram que ser removidos, pois estavam em situação precária e de alguma forma ofereciam risco à segurança dos usuários. Portanto, não há como falar em instalação em regiões periféricas, mas sim em substituições pontuais por diversas regiões da cidade, para oferecer maior segurança aos munícipes.”.

A alegação de motivos de segurança faria sentido, não fosse a relação de abrigos instalados na mesma região do ponto citado na primeira matéria. Dos quatro novos abrigos que encontramos na Estrada de Itapecerica, distrito do Capão Redondo, todos seguem o modelo Brutalista Leve.
A situação se repete com paradas instaladas nas zonas norte e leste da cidade, o que nos leva a questionar mais uma vez o real motivo da instalação de abrigos “diferenciados” em regiões além do centro expandido.
Outro ponto que desfavorece a alegação da empresa Ótima é o edital de consulta pública acerca do novo mobiliário urbano da cidade, de dezembro de 2011, em que fala-se de “padronização de todo o mobiliário da cidade” como benefício à população, além de um valor padrão na instalação de cada novo abrigo.

Recentemente, matérias publicadas nos portais G1 e R7 e no site do jornal O Estado de São Paulo somam-se aos questionamentos levantados em janeiro pelo Via Trólebus. A SP Obras ainda não se posicionou a respeito.

Sobre o autor do post

Henrique Alves Dias

Via Trolebus