Apesar dos esforços por parte das administrações municipal, estadual e até federal em incentivar o transporte público, continua crescendo o número de carros. De acordo com o portal G1, só na cidade de São Paulo, mais de 130 mil novos automóveis foram registrados em 2013, o maior crescimento da frota em três anos.
Portanto, a capital fechou o ano com 5,4 milhões de carros. A cidade tem hoje 11,8 milhões de habitantes – o que significa uma média de um carro a cada duas pessoas. O número vinha caindo, mas tornou a crescer. Em 2010, foram incorporados pela cidade 140 mil novos automóveis; em 2011, 120 mil; e em 2012, 102 mil. Ao todo, São Paulo tem 7,6 milhões de automóveis, motos, ônibus, caminhões, entre outros.
Se por um lado o governo em seu discurso diz que é preciso incentivar o uso do ônibus, por outro lado incentiva o uso da mobilidade individual. A reportagem ouviu o economista Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que afirma que a disponibilidade de crédito, o tamanho da população economicamente ativa e o aumento da renda são fatores que ajudam a explicar o aumento da frota de carros. Ele cita o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido como um dos fatores de estímulo. Várias montadoras fizeram do aumento do imposto previsto para janeiro um chamariz para vender seus carros no fim do ano. Por outro lado, o número de novas vias é quase nulo.
Mas este aumento não é exclusividade de São Paulo. Pouco mais da metade da população mundial mora em cidades. Em 2050, a concentração será de 70%. No Brasil, a proporção de população urbana já é de 84%. Nos últimos anos, as cidades brasileiras vêm registrando um enorme aumento no número de automóveis.
Hoje, metade do transporte de pessoas no mundo é feita por carro. Se a evolução se mantiver constante, em 40 anos quase 70% dos deslocamentos serão feitos em automóveis. O resultado seria que cada pessoa perderia, em média, 106 horas anuais em engarrafamentos — o dobro de hoje.