Depois das notícias sobre os supostos cartéis no governo do estado de São Paulo envolvendo a CPTM e o Metrô, o Ministério Público Estadual (MPE) solicitou nesta terça-feira, dia 3, a suspensão de seis contratos de reforma de trens das linhas 1 e 3. Tratam-se das modernizações dos trens que correspondem as frotas I, J, K e L.
Os contratos foram assinados entre 2008 e 2010, e segundo o MPE, somam R$ 2,47 bilhões. Segundo o promotor Marcelo Milani, que investiga a possível improbidade administrativa na execução dos contratos, o objetivo é convencer o governo a abrir sindicância para que seja feita a apuração de supostos prejuízos. O promotor ainda alega que que os valores das reformas dos trens teriam ficado semelhante ao preço de trens novos. Além disso, problemas técnicos foram constatados, segundo o MPE, nos trens reformados em vistoria feita nos pátios do Metrô. Os problemas teriam obrigado que 36 composições permanecessem paralisadas naquelas duas linhas.
De acordo com o jornal “O Estado de São Paulo“, o presidente do Metrô, Luis Antonio Carvalho Pacheco, disse que a empresa vai analisar as recomendações feitas pelo Ministério Público e vai comparecer a uma nova reunião na promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social na próxima. Pacheco defendeu os contratos em vigência e afirmou que há justificativas técnicas para todos os preços praticados nos contratos. “A reforma dos trens ficou 60% do preço da compra de trens novos usando valores de contratos assinados pelo metrô em 2007. Se usarmos como referência os valores de 2010, a reforma custaria 80% do preço dos trens novos”, disse. O presidente do Metrô afirmou, no entanto, “que nosso costume é acatar as recomendações da Justiça”.
Sobre a reforma
O Metrô de São Paulo esta reformando 98 trens das linhas 1 e 3, das séries A, C e D que viraram I, J, K e L respectivamente. Estão sendo instalados nos trens modernizados ar condicionado com reforço na estrutura do carro de passageiro; troca do sistema de tração (contínua para alternada), trazendo melhor desempenho e economia de energia; modernização e revisão geral dos truques para receber novo sistema de tração; troca da alimentação elétrica auxiliar do trem, com instalação de novos conversores; implantação de um sistema de televisão para uso interno nos carros de passageiros; colocação de um sistema de proteção contra incêndios; e modernização do sistema de portas e suprimento de ar.
Em 2008, era prometido a conclusão da reforma dos 98 trens para 2014. Mas em dezembro de 2013, 46 composições antigas ainda prestam serviços.