Na última sexta-feira noticiamos aqui no Via Trolebus sobre os testes do CBTC na Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo, onde relatamos os atrasos que este serviço sofreu nos últimos anos. Agora nesta semana, a reportagem do Valor Econômico relata que após cinco anos da assinatura do contrato de R$ 780 milhões com o governo de São Paulo para a modernização de três linhas do Metrô, a fabricante francesa Alstom – suspeita de irregularidades em licitações – não entregou o serviço combinado. O serviço deveria ser entregue em 2011.
A reportagem diz que a empresa já recebeu quase R$ 490 milhões em pagamentos do governo do Estado para a execução do serviço. Fazem parte deste contrato, além da Alstom, a Siemens, MPE e um consórcio composto pelas empresas Thales e Tejofran. Com exceção da Thales, todas as outras estão envolvidas em uma investigação por formação de cartel em concorrências realizadas pelo governo do Estado de São Paulo no setor de transportes (entre 1998 e 2007).
O Metrô afirma que a Alstom deixou de entregar os serviços e informou que os pagamentos para a empresa deixaram de ser realizados. “Em razão dos atrasos da empresa, foram aplicadas multas que somam R$ 77 milhões. Os pagamentos da Alstom [por parte do Metrô] estão suspensos há um ano por decisão da própria empresa”, diz texto enviado pela assessoria de imprensa.
Sobre o CBTC, o Metrô também diz esperar que os testes na linha 2 sejam concluídos “a partir do segundo semestre deste ano”. “Com o CBTC, o intervalo entre trens da Linha 2 passará dos atuais 180 segundos para 75 segundos”, diz a nota, que informa que os trabalhos nas linhas 1 e 3 já estão em andamento por parte da Alstom.
Já a Alstom afirma que os atrasos da instalação do CBTC são de ordem técnica e que houve uma “reorganização global do projeto”. “Para considerar as necessidades de cada cliente e cada particularidade, e a fim de atingir a melhor solução, ficou decidido adaptar a implementação técnica do projeto, levando-se em conta o retorno de experiência com o cliente, o que motivou a reorganização global do projeto a essas fases de implantação”, disse na nota.
O contrato está sob análise do Ministério Público do Estado para a possibilidade de haver alterações, conhecidas como aditivos. A assessoria de imprensa do órgão não pôde informar que aditivos são esses e se eles podem incluir novo prazo ou até um maior valor de contrato. (Com as informações de Valor Econômico)