Ainda que o transporte público na cidade de São Paulo carregue mais usuários que o transporte individual, seja moto ou carro, o passageiro do ônibus demora em média 2 horas a mais por semana em seu deslocamento que o habitante do automóvel ou motocicleta.
De acordo com pesquisa do Ibope em parceria com o Estadão Dados publicada no jornal “O Estado de São Paulo”, as pessoas que utilizam transporte coletivo demoram em média 57 minutos para ir trabalhar, ante 47 minutos dos motorizados.
Os números são diferentes dependendo da região da cidade. Em distritos como Jaguara, na zona oeste, o tempo perdido no tráfego é tão grande que quem tem moto chega a economizar quase 6 dias por ano em tempo que gastaria para chegar ao trabalho. Já em bairros com grandes problemas de deslocamento, como Cidade Tiradentes, na zona leste, e Jardim Ângela, na zona sul, há pouca diferença no tempo gasto até o trabalho entre quem tem carro ou moto em casa e quem não tem nenhum dos dois. São cerca de 80 minutos – ou quase dois dias inteiros gastos por mês só no trajeto casa-trabalho.
Existem também bairros em que essa diferença é bem maior, como Perus, na zona norte, e Raposo Tavares e Jaguara, na zona oeste. As regiões possuem um transporte público precário, mas proximidade de vias expressas importantes. No Jaraguá, por exemplo, quem não tem carro ou moto demora 19 minutos a mais por trecho. Comprar uma moto lá, portanto, significa quase uma semana a mais de tempo livre ao longo de um ano, em média.
Onde ir de carro é pior
Na outra ponta, onde podemos ver como exemplo, existem 14 bairros – como Sé, Itaim-Bibi e Moema – onde quem não tem carro ou moto demora menos do que quem tem. A principal explicação é que são bairros são dotados de moradia e empregos: “São locais onde você não precisa fazer viagens enormes por falta de opção. As pessoas têm a oportunidade de ir ao trabalho a pé ou de bicicleta”, diz Marcos Bicalho, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) ao jornal.