O passageiro da CPTM sabe bem que aos finais de semana, as linhas operam parcialmente devido a interdições para obras de melhorias. Algumas vezes, o passageiro se vê obrigado a usar ônibus disponibilizado pela própria companhia para cobrir trecho interrompidos para as tais manutenção.
Todo este transtorno deve perdurar pelo menos até o final de 2015.
Reportagem do Portal Terra mostra que, de acordo com a CPTM, as interrupções são necessárias para que o sistema seja modernizado nos 260 km de extensão, nas seis linhas que a empresa atende. “É um desafio, mas fizemos essa opção de modernizar o sistema sem parar o funcionamento da linha”, disse o diretor de obras da empresa José Augusto Rodrigues Bissacot. “O ideal seria pararmos tudo, mas em São Paulo isso não é viável.”
Segundo o diretor, para afetar o mínimo possível a vida dos usuários, as obras são feitas diariamente após o encerramento da operação, à 0h, até 3h30, quando os trens começam a manobrar para dar início a um novo dia de circulação. Ele reconhece, no entanto, que as obras acabam prejudicando também a operação normal, já que qualquer falha deixada na madrugada repercute na operação durante o dia. “Por mais que a gente adote procedimentos, se um parafuso for mal colocado, pode dar problema. É um risco que a CPTM decidiu assumir”, exemplifica.
De acordo com números da empresa, nos dias de semana são transportados em média 2,6 milhões de passageiros nas seis linhas da companhia, que atende 22 cidades, 19 delas na região metropolitana de São Paulo, além dos municípios de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista.
A companhia afirma que nos domingos e feriados, quando as obras se intensificam, por volta de 760 mil usuários utilizam o serviço.
Mais usuários até 2015
Segundo Bissacot, as obras estão modernizando e capacitando todo o sistema da CPTM para receber novos trens. A expectativa, segundo ele, é que, concluído o processo, no final de 2015, o número de usuários na linha passe dos atuais 2,6 milhões para 3,5 milhões. A CPTM está em fase de edital para a quisição de 65 novas composições.
“Não adianta só comprar trens. Estamos substituindo e recapacitando todo o sistema”, afirmou o diretor. Segundo ele, obras como na sinalização, o aumento no número de subestações, reforço na rede aérea de fios, telecomunicações, entre outros, são necessárias para comportar a nova demanda projetada. “Não é apenas no final desse prazo, do fim de 2015, que as mudanças vão ser sentidas. Elas vão ocorrer até lá e implementadas durante esse período”, avaliou.
Outra necessidade é a adaptação de estações, muitas centenárias, para portadores de deficiência física e visual. Segundo a CPTM, das 89 estações em todas as linhas, 38, ou 42%, são acessíveis.
A companhia afirmou que 12 estações estão em obras e outras 11 em processo de contratação de empresas para execução das intervenções, e que os projetos básico e executivo para reconstrução ou adequação das demais estações estão em fase de contratação. O investimento previsto nessas intervenções é de R$ 2,3 bilhões.
Por Renato Lobo, com as informações de Terra