O gargalo no escoamento das mercadorias vindas ou enviadas ao porto de Santos, que passam pela capital paulista esta cada dia mais apertado. De acordo com reportagem do jornal “Folha de São Paulo” há atrasos nas concessões de ferrovias do governo federal, e isso pode acabar por despejar mais 200 mil caminhões por ano nas estradas do Estado de São Paulo, principalmente no Rodoanel, a partir de 2015, ampliando a dependência do porto de Santos do transporte rodoviário.
Trata-se de um volume corresponde ao número de viagens de caminhões de 25 toneladas necessárias para substituir trens de carga que hoje cruzam a área central da capital transportando açúcar, soja, contêiner, bauxita e aço do interior do país para Santos e também para o Sul.
A matéria menciona que já a partir do próximo ano, a circulação dos trens cargueiros pode ficar inviável, já que a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vai aumentar a quantidade de trens de passageiros na ferrovia. A empresa está em processo de compra de 65 novos trens.
Só no ano passado, entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas de produtos atravessaram a cidade de São Paulo pelas linhas da CPTM. Esse volume só poderá continuar a ser transportado por ferrovia quando pelo menos um dos novos trechos do Ferroanel de São Paulo estiver pronto.
Entretanto, a intensão de começar a obra do ferroanel, onde o governo tinha a intenção de começa-la junto com o Rodoanel, o que aceleraria e baratearia as obras, não tenha sequer licitação em andamento. Ou seja: impossível concluí-la no ano que vem, como previsto inicialmente.
Volume em dobro de caminhões
Segundo levantamento feito pelo jornal, com base nos números do governo, demonstra que o volume de carga transportada sobre caminhões para Santos quase dobrará em dez anos.
Do movimento total de 230 milhões de toneladas previstos para 2024, o transporte rodoviário será responsável por 150 milhões de toneladas. A ferrovia será responsável por transportar 80 milhões de toneladas.
Em 2013, quando o porto movimentará 110 milhões de toneladas, a divisão será a seguinte: 83,6 milhões toneladas transportados por caminhões; e 26,4 milhões de toneladas, por ferrovia.
“É evidente que o governo, com a aprovação da MP, deve discutir a redistribuição da carga para outros portos”, disse Renato Barco ao jornal, presidente da Codesp, administradora do Porto de Santos.
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