A poluição atmosférica continua batendo recordes na maior região metropolitana do hemisfério Sul. No ano passado a poluição por ozônio bateu recorde. O habitante que mora na região ficou mais de três meses respirando o poluente em níveis inadequados, acima do padrão diário de 150 microgramas por metro cúbico. Segundo publicação do Jornal “O Estado de S. Paulo” trata-se do pior índice dos últimos dez anos.
Durante a maior parte do tempo de 2012 (54,1%), a poluição por ozônio ficou entre regular, inadequada e má. Entre as 19 estações de medição desse tipo de poluente, a do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, e a de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, foram as que apresentaram mais dias em estado de atenção: 17 cada.
“Quem tem problemas como asma, rinite ou enfisema sofre mais. Mas a poluição também pode desencadear inflamações graves a longo prazo”, afirma o pneumologista Clystenes Soares, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a reportagem. “E o ozônio é especialmente perigoso em dias ensolarados.”
A Cetesb faz a ressalva de que a rede de monitoramento cresceu ao longo dos anos – eram apenas 12 estações em 2003.
Carros são os vilões
O usuário de carro polui 36 vezes mais o meio ambiente que o passageiro de metrô e nove vezes mais que os cidadãos que utilizam o serviço de ônibus. O alerta está no Comunicado ‘Poluição veicular atmosférica’ divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo aponta que a taxa de motorização dos brasileiros – parcela da população que utiliza veículos individuais para se locomover – tende a crescer nos próximos anos. Atualmente, a média brasileira é de 15 automóveis por 100 habitantes. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, o número é de 70 carros a cada 100 pessoas. Nos últimos 15 anos, enquanto a frota de automóveis cresceu 7% ao ano, o transporte público perdeu 30% da demanda.
Por Renato Lobo