Mesmo tendo 4 obras de expansão ao mesmo tempo na cidade de São Paulo, o Governo do Estado só conseguiu gastar 44% do previsto para o ano de 2012. O total de recursos previsto para os trilhos no ano passado era de R$ 4,9 bilhões. Ao fim do ano, entretanto, R$ 2,1 bilhões foram efetivamente gastos.
Mas a culpa não foi do Governo. A culpa foi da burocracia que impera no Brasil todo. Demora em licenças, desapropriações e problemas judiciais são alguns dos fatores que atrasam a expansão da rede metroviária.
Isto é, os recursos estão disponíveis mas não podem ser gastos. “A execução do orçamento de 2012 em obras que dependiam exclusivamente do Metrô foi bem alta, como a recapacitação e modernização da Linha 3-Vermelha, com execução em 91,3%. Por outro lado, o Metrô foi impedido de executar parte do orçamento previsto em algumas obras por fatores exclusivamente externos, como recursos judiciais, demora na concessão de licença ambiental, entre outros”, afirma a Companhia do Metropolitano, em nota.
O monotrilho da linha 17-Ouro é um dos caos mais clássicos dos problemas que o Metrô tem que enfrentar. A demora para liberar licenças fez com que a linha, que era prometida para a Copa de 2014 mudasse seu cronograma de entrega para após o Mundial. Nesta linha foram gastos 44% do previsto para 2012.
Em outra obra de monotrilho, a linha 15-Prata, também teve menos gastos do que o previsto, por causa de demora no licenciamento ambiental. A linha ligará a Vila Prudente a Cidade Tiradentes. Seu primeiro trecho, com apenas 2 estações (Vila Pudente e Oratório) deve ser inaugurado no fim do ano.
A linha que teve o menor gasto percentual foi a linha 4-amarela. A linha está em obras para 5 novas estações. Ali, as obras atrasaram porque o Estado demorou a adaptar-se às regras do financiador, o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Dos R$ 471 milhões, apenas R$ 136 milhões foram gastos em 2012.
Por último, a linha 5, que ligará o Largo Treze a Chácara Klabin tinha previsão de gastos de R$ 1,5 bilhão para 2012. Só conseguiu usar R$ 764 milhões. culpa, segundo o Estado, foi de atrasos em desapropriações e mudança de projeto para atender às licenças de instalação.
Por Caio Lobo | Imagem de Sergio Mazzi