O TAV (trem de alta velocidade) entre São Paulo e Rio de Janeiro está a anos no papel e todo ano é uma promessa diferente. Parece que uma nova novela irá começar agora: TAV BH.
O Governo deve contratar este ano uma empresa para estudar a viabilidade de uma linha TAV para Belo Horizonte. Deve ser estudado se é mais viável ligar o TAV para Campinas (SP) ou para Volta Redonda (RJ).
Estas informações foram confirmadas ontem pelo presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, em evento na capital mineira. Figueiredo disse também que não há chance do projeto de TAV que ligará Campinas ao Rio de Janeiro ser engavetado.
Neste mesmo evento, o jornal “Estado de Minas” entrevistou Figueiredo. Veja alguns pontos da entrevista:
Necessidade: “Metrô é mais caro na hora de construir, mas é mais barato para o resto da vida. Hoje, quando a gente fala que vai implantar o trem-bala, vem logo a crítica de que há coisas mais importantes. Mas se a gente caísse nessa conversa, como ocorreu em 2000, daqui a 10 anos os aeroportos vão ficar insuportáveis. Se a iniciativa privada não quiser participar do TAV, o governo vai fazer do mesmo jeito. Vamos comprar a tecnologia e realizar a obra. Não existe a hipótese de engavetar o que é uma necessidade do país. Seria uma irresponsabilidade. Não estamos fazendo o trem-bala para este governo. Ele vai ficar pronto em 2020. Já estamos três anos atrasados.”
Investimentos: “O Brasil está definitivamente voltando aos trilhos, em todos os aspectos e de uma forma consistente. Os 5 mil quilômetros de trilhos que estão sendo feitos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) devem ficar prontos até 2014. Os 10 mil quilômetros que vamos contratar em 2013 devem ser concluídos até 2018 e, a partir daí, vamos entregar todo ano uma expansão do que entendemos ser uma malha mais adequada para o país. Temos hoje 28 mil quilômetros, dos quais 18 mil são subutilizados.”
Regionais: “As ferrovias mais antigas que cruzam trechos urbanos podem ser aproveitadas por Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) para fazer transporte de massa. Umas podem ser usadas para turismo e outras ligar centros regionais que tenham movimentação de passageiros, com um trem de menor velocidade. As restantes precisam ser modernizadas, mudando-se a bitola, revendo-se a rampa e os raios de curvas, e incorporadas à malha nova. Na rede nova, haverá livre acesso. Ou seja, qualquer empresário que quiser organizar um serviço de transporte de passageiros, com trens que circulam a 160 km/h ou 180 km/h, poderá operar e ser competitivo.”
Por Caio Lobo