No último sábado (12), aconteceu o segundo ato contra o aumento das tarifas de ônibus em Mauá, São Paulo. A manifestação reuniu cerca de 800 pessoas, que protestaram pela cidade e bloquearam o trânsito em frente ao Terminal Central por mais de duas horas. O MPL (Movimento Passe Livre) acusa a Guardas civis de atacar os manifestantes com cassetetes e sem crachás. Alguns deles montavam cavalos e reprimiram a manifestação com espadas. A Polícia Militar, posicionada do outro lado da avenida diante do terminal, atirou bombas de estilhaço e balas de borracha, ferindo as pessoas que se dispersavam.
Após esse momento, cerca de 200 pessoas se reagruparam em frente ao Terminal, e foram contabilizados vinte feridos e pelo menos três presos. Em marcha e sob intensa chuva, o ato seguiu pelas ruas do Centro. O comércio fechou as portas e moradores saíram na rua, expressando solidariedade ao movimento. Caminhamos até a delegacia, exigindo a liberação dos detidos.
Organizado pelo grupo formado na rede social Facebook, “Política Sim – Patifaria Não”, o movimento teve objetivo de ser pacífico, de acordo com a liderança.
“Nossa manifestação não teve nenhum intuito de provocar problemas para a população e nem tão pouco afrontar a Polícia Militar e a GCM. Mas tivemos cerceado nosso direito de protesto” – afirmou Paulo Souza, um dos organizadores.
Já as autoridades afirmaram que “Apenas garantimos e tínhamos de preservar o direito de ir e vir da população” – disse a tenente Graziela Costa, que disse que não houve abuso. A GCM também negou que tenha agido com violência. “Os guardas civis deram apoio à polícia militar e a ação foi dentro da legalidade” – disse o coronel Isamael Silva.
Um dos organizadores, Mateus Prado, foi uma das pessoas feridas no protesto: “É lamentável, ninguém atacou os policiais ou os guardas” – disse.
“A prefeitura foi a grande responsável por este tumulto. Acho que foi proposital não deixar o pessoal usar a praça, como da vez passada, para criar esta situação e desqualificar o movimento”– disse um dos manifestantes. “Nosso movimento é contra a violência. Deixamos claro que queríamos usar a praça. Ninguém ao menos da administração pública veio procurar a organização do movimento para conversar sobre a concentração na Praça. Agora a Polícia Civil abriu inquérito para apurar abusos da GCM” – disse Rafael Rodrigues, um dos organizadores.
Por Renato Lobo | Imagem de Adamo Bazani (Blog Ponto de Ônibus)