Apesar do sindicato ter dado indícios de que a tendência é que não haja a paralisação, a Justiça do Trabalho determinou a manutenção de 100% da operação do Metrô em horários de pico, entre 6h e 9h e das 16h às 19h, caso os metroviários entrem em greve na quinta-feira (4), informou o próprio Metrô. A liminar foi concedida na segunda (1º), atendendo a pedido do Metrô. Nos demais períodos, a operação deve ser de 90%.
Após reunião com representantes do Metrô no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tarde desta terça, o sindicato informou que foi proposta a renegociação da greve para daqui a 20 dias. O tempo serviria para a formalização de uma conciliação. Essa proposta ainda será apresentada para a categoria na noite de quarta (3), em assembleia na sede do sindicato, na Zona Leste.
Em caso de descumprimento da decisão judicial, o sindicato receberá multa diária de R$ 100 mil. Em seu despacho, a desembargadora Rilma Aparecida Hemetério argumenta que “percentual inferior importaria em sérios transtornos aos usuários, em especial aos trabalhadores”.
No fim da tarde, os sindicalistas fizeram ato público na estação da Sé, no Centro. Secretário de comunicação do Sindicato dos Metroviários, Ciro Moraes confirmou que quer aproveitar o momento eleitoral para obter conquistas para a categoria. “Evidentemente que estamos aproveitando o momento eleitoral, senão eles [do governo] não se sensibilizam”, declarou.
Greve eleitoreira?
Em comícios com o candidato do PSDB à Prefeitura José Serra, no fim de semana, o governador Geraldo Alckmin manifestou seu estranhamento com o fato de a greve ter sido convocada para as vésperas do pleito, que acontece em 7 de outubro.
Os trabalhadores reivindicam divisão igualitária da Participação nos Resultados. O sindicato afirma que a empresa quer manter a distribuição de forma proporcional ao salário e que metroviários com cargos mais altos, como os engenheiros, passaram a receber uma fatia maior do bolo.
A Companhia do Metropolitano, porém, afirma que não se nega a negociar. Em nota, afirma que tem “a melhor média salarial do estado – R$ 4.060,00 – além de uma extensa lista de benefícios oferecidos a todos os empregados, como uma das melhores assistências médicas do país, auxílio-creche-educação até os 7 anos de idade e participação nos resultados”.
Por Renato Lobo, com as informações de G1