Na reta final do primeiro turno das eleições municipais em São Paulo, dois dos candidatos mais bem posicionados em pesquisas de intenção de voto concentram a discussão no bilhete único: Celso Russomano defende a tarifa proporcional, onde o passageiro pagaria menos se fosse se deslocar em menores distâncias, e quem percorre grandes extensões continuaria pagando os R$ 3,00. Já Fernando Haddad defende o bilhete único mensal, onde o passageiro carregaria previamente um valor em seu cartão, e teria o benefício de poder andar quantas vezes quisesse pelo sistema de ônibus. Ambas as medidas são usadas em muitos países, ainda que tanto o candidato do PRB quanto do PT critiquem a proposta um do outro.
Só que falta plano de governo para questões básicas no transporte, como o aumento da velocidade comercial dos ônibus. O agente causador dessa lentidão dos coletivos, é o carro. Russomano e Haddad propõem corredores de ônibus, o que daria mais agilidade aos coleitovos. No entanto, nem o prefeito com a melhor das intenções vai conseguir implantar faixas exclusivas em toda a cidade. E as linhas que trafegam pelos bairros, que também ficam paradas no trânsito causado pelo carro?
Percebe-se mais uma vez que o próximo prefeito vai apagar incêndio na questão do transporte, mas não vai agir no foco.
Por Renato Lobo